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Angola

À descoberta do sistema educativo angolano

Seis meses após a investidura de João Lourenço, são muitos os desafios que o actual presidente de Angola tem pela frente, um deles é a educação praticada no país. Um sector que tem sofrido como muitos dos cortes provocados pela crise do petróleo em 2014.

Escola no Huambo, Angola. Imagem de arquivo.
Escola no Huambo, Angola. Imagem de arquivo. FP FOTO / Alexander JOE
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Angola dispõe de quadros formados no exterior do país, no entanto hoje o desafio do Governo é de melhorar o nível de formação no ensino realizado em território angolano.

A nossa repórter, Sonia Rolley, esteve presente numa escola primária apresentada como um modelo. No entanto as turmas têm demasiados alunos. 31 turmas para 54 professores que alternam entre os alunos presentes de manhã e os que vêm durante a tarde.

O principal problema prende-se com o número de alunos por turma que ronda as 45 crianças. Os próprios professores admitem que o número ideal seria 35 alunos, no entanto para não haver crianças à margem do sistema educativo, há um esforço que é realizado pela administração.

Condições de ensino complicadas

Na escola primária encontram-se facilmente salas nas quais o número de bancos e de cadeiras é insuficiente para os alunos. A solução? Alguns alunos trazem as próprias cadeiras para poder assistir às aulas. Um procedimento que complica a concentração e a atenção que os alunos podem ter durante as aulas. A falta de material, como cadernos ou manuais também não ajudam na transmissão e na assimilação do ensino.

A educação angolana sofre, como a sociedade, da crise financeira que afectou o país por causa da queda do preço do petróleo. Sem grandes recursos, algumas escolas têm dificuldades em pagar as suas facturas, como as da electricidade, o que significa que há cortes de luz em certas escolas.

Os problemas financeiros afectam as escolas, os alunos, bem como os professores que tinham um "outro" nível de vida como nos afirmou um dos nossos interlocutores. As calculadoras são muitas vezes utilizadas para ajustar as despesas no dia a dia.

Sistema educativo, e agora?

O sistema educativo angolano não é reconhecido pela UNESCO. Muitos esforços deveriam ser realizados para que seja reconhecido, como por exemplo aumentar os meios das escolas para que o ensino suba de qualidade e a formação seja mais rigorosa.

No entanto são muitos a apontar como defeito a formação dos próprios professores. Segundo dados informais, apenas 40 a 45% de 100 professores recrutados têm um nível à altura do requerido. Os críticos do MPLA, partido no poder, apontam estes constrangimentos como uma sabotagem voluntária para continuar a deixar a população na ignorância.

Entretanto o comboio da educação não pára e continua a avançar. Neste modelo os pais tentam tudo para colocar os filhos nas melhores escolas para terem um futuro melhor, mas essas escolas e essas fileiras têm o seu preço, que não é para todas as classes da sociedade.

Ouça aqui a Reportagem de Sonia Rolley.

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Reportagem Educação em Angola de Sonia Rolley

 

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