“Portugal desmente pressão de Angola”
O chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, desmentiu "em absoluto" qualquer pressão das autoridades de Lisboa sobre a justiça portuguesa para que esta tenha decidido remeter o processo do antigo vice-presidente angolano, Manuel Vicente, para Luanda.
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A acusação foi feita pela eurodeputada socialista portuguesa. Em entrevista à rádio portuguesa TSF, Ana Gomes afirmou que “a argumentação do acórdão da relação é penosa de ler” e que “foi sonegada à opinião pública uma coisa muito importante: Manuel Vicente tem nacionalidade portuguesa”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, desmentiu "em absoluto" qualquer pressão das autoridades de Lisboa sobre a justiça portuguesa para que esta tenha decidido remeter o processo do antigo vice-presidente angolano, Manuel Vicente, para Luanda.
“No que me diz respeito, se a alegação de que houve pressão política quisesse dizer pressão das autoridades políticas portuguesas, eu desmentiria em absoluto. Eu conheço muito bem o processo, e como aliás é público e notório, se houve comportamento das autoridades públicas portuguesas foi de inteiro respeito pelo processo inicial e pelas decisões judiciais”, declarou Augusto Santos Silva.
A eurodeputada socialista disse que a decisão do Tribunal da Relação de remeter o processo para Angola foi uma "decisão fabricada à medida do que é conveniente e com o objetivo de fazer desaparecer o irritante".
Ana Gomes considerou ainda que Portugal “continua a ser uma lavandaria de Angola, num esquema de branqueamento de capitais".
Uma expressão que de acordo com Augusto Santos Silva, “só responsabiliza” a eurodeputada socialista.
“Apenas lamento que esta tentação que às vezes se tem de se procurar arvorar em justiceiro pode levar a níveis de irresponsabilidade política que me continuam a surpreender”, concluiu.
No passado dia 10 de Maio o Tribunal da Relação de Lisboa decidiu que o processo do ex-vice-Presidente angolano, Manuel Vicente, arguido na Operação Fizz, onde é acusado de branqueamento de capitais e tentativa de corrupção, iria ser enviado para Angola.
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