Comandante-geral da polícia angolana deixa funções
O Presidente angolano, João Lourenço, aceitou o pedido de demissão do Comandante-geral da polícia angolana e exonerou-o do cargo. Alfredo Mingas "Panda" ocupava o lugar há oito meses e deixa-o por estar envolvido num acidente de carro que tirou a vida a duas pessoas.
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"Não foi de iniciativa do Presidente, mas do Comandante-geral. Independentemente da culpa só um tribunal poderá determinar se ele teve ou não culpa", descreve o advogado angolano David Mendes.
A culpa ou não vai ser apontada pela justiça, mas o Comandante-geral demitiu-se para "não expor o executivo e a própria polícia. A medida que ele tomou foi a mais acertada", prossegue.
O Comandante-geral da polícia angolana, Alfredo Mingas "Panda", vai ser ouvido pela justiça "como qualquer cidadão, houve um acidente com vítimas mortais e a polícia tem de ter o seu procedimento. Depois o tribunal decide se se responsabiliza ou não. É muito cedo para se tirarem ilações. Segundo aquilo que temos tomado como os factos de o acidente achamos que a culpa não teria sido dele", descreve David Mendes.
O advogado angolano aponta uma renovação no sector da justiça que seguiu à mudança do paradigma político no país, mas afirma que ainda "há pessoas que trabalham sob paradigmas antigos".
"O sistema judicial esteve muito condicionado ao sistema político, com o novo executivo, com outra abertura e uma outra visão sobre o Estado que mudou os paradigmas políticos e também o judicial tem estado a mudar", compara o advogado.
No entanto, segundo David Mendes alguns juiz e procuradores mantêm paradigmas antigos uma vez que "ainda não se adaptaram à nova realidade".
Advogado angolano, David Mendes
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