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Angola

Angola: Restos mortais de Savimbi serão devolvidos à UNITA este ano

O líder da UNITA Jonas Savimbi foi morto a tiro a 22/02/2002 na província do Moxico e o governo tem alegado problemas processuais e a necessidade de desminar o cemitério de Luena, para exumar os seus restos mortais, uma situação que parece agora ultrapassada.

Jonas Savimbi a 11/12/1985
Jonas Savimbi a 11/12/1985 Christian CHAISE / AFP
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16 anos depois da sua morte, em combate, o pode finalmente ter um funeral condigno confirmou Isaías Samakuva que disse ter ", "recebido garantias do chefe de Estado João Lourenço de que ainda este ano os restos mortais podem ser entregues" sem avançar datas o Presidente estabeleceu um "limite temporal".

O líder da UNITA - União Nacional para Independência Total de Angola - falou à imprensa no final de uma audiência com o Presidente da República, João Lourenço, de quem diz ter recebido a garantia de que os restos mortais de Savimbi serão exumados este ano.

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Isaías Samakuva, líder da UNITA

Jonas Savimbi que em via completaria 84 anos a 3 de Agosto, morreu em combate a 22 de fevereiro de 2002, na comuna de Lucusse, na província do Moxico, onde foi enterrado no dia seguinte, no cemitério municipal da cidade do Luena, onde permanece até hoje sob tutela do Estado angolano.
 

A UNITA pretende exumar e trasladar os restos mortais de Jonas Savimbi do cemitério do Luena, para o cemitério da família, situado na aldeia de Lopitanga, no município do Andulo, a cerca de 130 kms a norte do Kuito, na província do Bié.

Segundo Isaías Samakuva, o Presidente João Lourenço prometeu "empenhar-se pessoalmente" no processo de exumação do corpo de Savimbi, cuja morte em combate ditou o fim da guerra civil angolana iniciada pouco após a Independência nacional, em 1975.

Samakuva, que se fez acompanhar de Ernesto Mulato, coordenador da Comissão das Exéquias do líder e fundador da UNITA.

A 06 deste mês, Samakuva lamentou que o Estado angolano continue a reter os restos mortais de Jonas Savimbi, facto que o líder da UNITA disse constituir "um testemunho gritante da política de exclusão entre irmãos", acrescentando que a atitude de Luanda "simboliza a necessidade imperativa da genuína reconciliação nacional" e está a impedir a realização de um "funeral condigno".

Na primeira reação governamental a estas preocupações, o Ministério do Interior lembrou, segunda-feira (13/08) que o processo foi iniciado pelo líder da UNITA, em dezembro de 2014, numa carta endereçada ao então Presidente José Eduardo dos Santos, na qual Samakuva pedia a indicação de um interlocutor do Governo para abordar o assunto e iniciar o processo de exumação e inumação dos restos mortais de Savimbi.

O Presidente Eduardo dos Santos indicou o Ministério do Interior para representar o Governo, enquanto a UNITA indicou o seu então vice-presidente, Ernesto Mulato, como coordenador da Comissão das Exéquias.

Durante um encontro entre as duas partes, em maio de 2015, a delegação da UNITA constituida por ernesto Mulato e Rafael Savimbi, apresentou um caderno de encargos sobre as exéquias de Savimbi, que previa atividades até ao primeiro trimestre de 2016.

Ministério do Interior afirmou que a direção da UNITA "ainda não tinha enviado" os documentos referentes ao processo, pelo que não abordaria o assunto no mecanismo da comissão criada para o efeito.

Contingências que parecem estar agora ultrapassadas.

Com a colaboração do nosso correspondente Daniel Frederico e da agência Lusa.
 

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