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Angola

Bienal de Luanda quer reforçar paz em África

Esta quarta-feira, começou a Bienal de Luanda - Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz, que vai decorrer até domingo. Por uns dias, Luanda quer ser o epicentro dos debates sobre a resolução de conflitos em África.

Lançamento oficial da Bienal de Luanda. 27 de Junho de 2019.
Lançamento oficial da Bienal de Luanda. 27 de Junho de 2019. Raul Booz/UNESCO
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Dezasseis países africanos e outros da Europa e América do Sul foram convidados para participar no evento, entre os quais Egipto, Marrocos, Etiópia, Quénia, Ruanda, Mali, Nigéria, Cabo Verde, República do Congo, RDC, Namíbia, África do Sul, Brasil e Itália.

Na agenda constam um Festival de Culturas, a decorrer no Museu Nacional de História Militar, e fóruns da mulher, da juventude, de ideias e de parceiros que vão concentrar os participantes no Memorial António Agostinho Neto.

Esta manhã, a cerimónia de abertura, no Centro de Convenções Talatona, teve a participação da ministra da Cultura angolana, Maria da Piedade de Jesus, da directora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, e do presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat.

Seguiu-se uma conferência presidida pelo prémio Nobel da Paz de 2018, o médico da República Democrática do Congo (RDCongo), Denis Mukwege, e que terminou com o discurso do Presidente angolano, João Lourenço.

De tarde, o Memorial António Agostinho Neto acolheu a primeira sessão do Fórum Parceiros, em torno do tema "Movimento de múltiplas partes interessadas para construir a paz e o desenvolvimento em África".

São esperados 800 delegados de todo o mundo que vão juntar-se a outros mil participantes nacionais, directamente envolvidos na bienal. Na lista de convidados estão o presidente da União Africana, Abdel Fattah al-Sisi, os presidentes da Namíbia e do Mali, Hage Geingob e Ibrahim Boubacar Keïta, e o ex-jogador de futebol costa-marfinense Didier Drogba.

Sob o lema "Construir e preservar a paz: um movimento de vários actores", o evento visa enaltecer os valores da paz e da cidadania e materializar a aliança de povos em torno da cultura da paz. O objectivo é criar plataformas de reflexão sobre o futuro de África, tendo como focos temáticos a juventude, paz e segurança, a criatividade, empreendedorismo e inovação. No Festival de Culturas, há cinema, música, artes plásticas e visuais, teatro, dança, moda, design, banda desenhada, videojogos, poesia, literatura, tradição oral e artesanato.

Paulo Baloteli, representante das Nações Unidas, considerou a Bienal um grande contributo de Angola para a pacificação de África e lembrou o seu papel de pacificação na Região dos dos Grandes Lagos.

Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, falou na Bienal como uma oportunidade para prevenir os conflitos no Mundo.

Nany Marie Faith, embaixadora dos Estados Unidos da América em Angola, afirmou que a cultura de paz junta as pessoas no mundo, o que ilustra a importância da bienal.

Eugénio Laborinho, ministro do Interior de Angola, sublinhou que "Angola vive em paz há mais de doze anos" e vai-se "fazer com que isso fortaleça a situação da paz, da serenidade, embora haja um bocado de violência" que justificou com "o fenómeno social" que se está a viver. Oiça aqui.

00:27

Eugénio Laborinho, Ministro do Interior de Angola

Presente está também Denis Mukwege, Prémio Nobel da paz 2018. O cirurgião da República democrática do Congo que se notabilizou na reconstrução do aparelho genital de milhares de mulheres e raparigas, vítimas de violação nos conflitos do antigo Zaire.

Mukwege defendeu a preservação da identidade africana para uma efectiva promoção da cultura da paz no continente negro, admitindo que África continua sem responder às necessidades das suas populações.

00:33

Denis Mukwege, cirurgião da RDC, prémio Nobel da paz 2018

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