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Santa Maria/tragédia

33 vítimas da tragédia de Santa Maria continuam internadas e 5 lutam para sobreviver

O incêndio na boate Kiss em Santa Maria, no dia 27 de janeiro, completa um mês na próxima semana. Se aos poucos a tragédia, que deixou 239 mortos, vai desaparecendo da mídia, muitas vítimas ainda continuam hospitalizadas, e lutam para sobreviver. No total, são 33 pessoas, 5 em estado grave, internadas em hospitais da cidade e em Porto Alegre, uma boa parte delas vítimas de queimaduras graves.

Presidenta Dilma Rousseff participa de celebração ecumênica em memória das vítimas do incêndio em Santa Maria, na Catedral Metropolitana de Brasília
Presidenta Dilma Rousseff participa de celebração ecumênica em memória das vítimas do incêndio em Santa Maria, na Catedral Metropolitana de Brasília Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr
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A tragédia de Santa Maria, que deixou 239 vítimas, completa um mês no dia 27 de fevereiro, mas muitos jovens que sobreviveram ao incêndio continuam hospitalizados. Cinco deles estão em estado crítico.  "Todas tiveram problemas de asfixia, de respiração, ou de queimaduras", explicou à RFI Claudemir Pereira, assessor do Hospital da Caridade, o maior da cidade. De acordo com ele, seis pessoas ainda continuam internadas no local e o restantes em Porto Alegre.  "Ainda não sabemos se terão alta, isso muda todos os dias. Ontem tivemos uma nova alta, e é possível que haja outra hoje", disse. A célula de emergência montada pelas autoridades para atender as vítimas foi desfeita ontem.

"Eu nunca estive numa guerra. Mas minha sensação, desde o dia 27 de janeiro, é de que todos nós nos envolvemos em uma guerra. E numa guerra inesperada, absurdamente inesperada. Há um momento de desconcerto inicial, que durou pouco. Em menos de duas ou três horas, a situação estava minimamente organizada dentro do possível", disse.

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Claudemir Pereira, acessor de imprensa do Hospital Caridade, em Santa Maria

Mesmo quase depois um mês do incêndio, as manifestações de solidariedade da população continuam. Durante todo esse tempo, foi raro um dia em que ninguém tenha ido prestar seu apoio à família das vítimas na porta do hospital. "Ainda ontem, um grupo de voluntários estava no local para dar suporte às famílias dos jovens", diz o assessor.

Em uma cidade de 270 mil habitantes, explica, "é raro não ter, entre as vítimas, fatais ou não, alguém conhecido, ou conhecido de um conhecido." A verdade é que Santa Maria ainda não se refez da tragédia que custou a vida a centenas de jovens.  "Está difícil de recomeçar", declara o representante do hospital.

Casas noturnas passam por "pente fino"

O incêndio também mudou os hábitos dos jovens da cidade, marcados pela tragédia. Muitos tem evitado sair à noite depois do que aconteceu, ainda traumatizados pelas cenas de desespero que se tornaram corriqueiras nos dias que sucederam o incêndio.  "Tenho uma criança e uma jovem em casa, e elas mesmo estão se preservando", conta o assessor.  Como já era esperado, as casas noturnas e outros estabelecimentos do gênero estão sendo alvo, desde o incêndio, de uma fiscalização acirrada da prefeitura. Claudemir concorda que a tragédia deixou os jovens mais ‘precavidos’. "Mas também deixou muitas autoridades com a consciência pesada", alfineta.
 

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