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Brasil/ JMJ

Papa pede mais diálogo e reabilitação da política

O papa Francisco pediu hoje mais diálogo “frente a desilusão e o desencanto que invadem os corações e saltam para a rua”. Esta foi a primeira vez que o pontífice citou os protestos que acontecem no Brasil desde que chegou ao país, na segunda-feira. Ele ainda pediu mais compromisso com a ética e disse que é preciso “reabilitar a política”. Ao longo da semana, Francisco já havia abordado em várias ocasiões a corrupção, a violência e as desigualdades sociais.

Para Francisco recebeu um cocar de presente.
Para Francisco recebeu um cocar de presente. REUTERS/Carlo Wrede/Agencia O Dia
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Da enviada especial ao Rio de Janeiro

“Somos responsáveis pela formação de novas gerações, capacitadas na economia e na política, e firmes nos valores éticos. O futuro exige de nós a tarefa de ralbilitar a política, que é uma das formas mais altas da caridade”, declarou hoje o papa, em um discurso para autoridades, diplomatas, políticos, artistas, índios e empresários no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, nesta manhã.

Em espanhol, ele pediu mais responsabilidade social, “uma visão humanista da economia e uma política que realize cada vez mais e melhor a participação das pessoas, evitando elitismos e erradicando a pobreza”. “Entre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo”, afirmou o pontífice.

“O diálogo entre as gerações, o diálogo com o povo, a capacidade de dar e receber, permanecendo abertos à verdade. Um país cresce quando dialogam de modo construtivo as suas diversas riquezas culturais: cultura popular, cultura universitária, cultura juvenil, cultura artística e tecnológica, cultura econômica e cultura familiar e cultura da mídia”, argumentou o argentino. Ele ainda defendeu a laicidade e o respeito à diversidade religiosa, diante de uma plateia de cerca de 2 mil convidados.

Mais cedo, o papa celebrou uma missa para bispos e sacerdotes na Catedral São Sebastião, onde incentivou os religiosos a saírem das paróquias e irem em direção às periferias. Desde a sua chegada, o pontífice tem insistido na necessidade de a igreja e a sociedade se reaproximarem das classes populares.

"Não podemos ficar encerrados na paróquia, nas nossas comunidades, quando há tanta gente esperando o Evangelho", afirmou, em uma cerimônia reservada para religiosos. "Não se trata simplesmente de abrir a porta para acolher. Mas de sair pela porta fora para procurar e encontrar. (...) É nas favelas que nós devemos ir procurar e servir a Cristo", disse.

Peregrinação

Neste sábado, as centenas de milhares de jovens católicos que participam da Jornada Mundial da Juventude realizam desde às 7h (12 em Paris) a peregrinação do centro da cidade até a praia de Copacabana, em um percurso de 9,5 quilômetros. A caminhada é um dos pontos fortes do evento, que se encerra neste domingo. A peregrinação deveria acontecer em Guaratiba, a 50 quilômetros do Rio de Janeiro, mas acabou sendo transferida para Copacabana devido às chuvas que inundaram o terreno previsto para o evento.

No início da noite deste sábado, o papa vai ao encontro dos fiéis para um momento de vigília e adoração ao Santíssimo Sacramento. Depois das orações, o pontífice retorna à residência da Arquidiocese do Rio de Janeiro, onde está hospedado, enquanto os peregrinos permanecerão na praia. A vigília segue até o domingo, quando Francisco retorna ao local para a missa de encerrando da Jornada Mundial da Juventude.
 

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