Justiça italiana adia decisão de extradição de Pizzolato para outubro
A Corte de Apelação de Bolonha decidiu adiar para 28 de outubro a decisão sobre a extradição para o Brasil de Henrique Pizzolato. O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil está foragido na Itália após ter sido condenado pela justiça brasileira por seu envolvimento no escândalo do Mensalão.
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Nesta primeira audiência no Tribunal de Bolonha, que durou três horas e meia, os advogados das duas partes foram ouvidos pela Corte composta por três juízes italianos. Segundo o defensor de Pizzolato, Alessandro Silvelli, a corte considerou que o governo brasileiro não apresentou todos os documentos que garantam as condições mínimas de respeito dos direitos humanos nos presídios brasileiros. De acordo com Silvelli, o argumento, principal alegação da defesa do ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, provocou o adiamento da decisão. O presidente do Supremo Tribunal Federal brasileiro, Joaquim Barbosa, chegou a informar às autoridades italianas que, se Pizzolato for extraditado, ele cumprirá pena no presídio da Papuda, nos arredores de Brasília.
Após o anúncio do adiamento da decisão, Pizzolato voltou algemado em um camburão da polícia penitenciária ao Presídio de Modena, a 38 km de Bolonha, onde está detido desde fevereiro. Ele deverá continuar preso até a próxima decisão da Corte de Apelação sobre a extradição. Há duas semanas a justiça italiana rejeitou o pedido do ex-diretor do Banco do Brasil de aguardar em liberdade a resolução sobre o processo.
Ambas as partes poderão recorrer da decisão que vier a ser tomada pelo tribunal. O recurso deverá ser julgado pela Suprema Corte de Roma, que poderá enviar a decisão final sobre a extradição ao Ministro da Justiça, Andrea Orlando.
No ano passado, depois de ser condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro no julgamento do Mensalão, Pizzolato fugiu para Itália. O Brasil pediu a Roma a extradição para que o ex-diretor do Banco do Brasil cumpra pena no país pelos crimes de corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.
Quando foi capturado em 5 de fevereiro pelos policiais italianos, Pizzolato estava na casa do seu sobrinho em Maranello, no norte da Itália e tinha documentos falsos. Ele foi preso por estar na lista de procurados da policia internacional, a Interpol. Como tem cidadania (brasileira e italiana), o governo da Itália pode se recusar a extraditá-lo.
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