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Eleições 2014

"Ex-guerrilheira, cinderela da Amazônia e playboy" disputam eleição no Brasil, diz AFP

A imprensa francesa analisa nesta sexta-feira (3) os resultados da última pesquisa do Datafolha e o debate de ontem, na TV Globo, entre os candidatos à eleição presidencial. O site do jornal Les Echos avalia que Aécio Neves (PSDB) ameaça a candidata Marina Silva (PSB) e pode deixá-la de fora do segundo turno. O tucano é descrito pela agência AFP como "um tecnocrata playboy" que foi um bom governador para Minas Gerais. A presidente Dilma Rousseff (PT) é favorita para a reeleição.

Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PT) se cumprimentam no último debate antes do primeiro turno, na TV Globo.
Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PT) se cumprimentam no último debate antes do primeiro turno, na TV Globo. REUTERS/Ricardo Moraes
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Para o jornal econômico Les Echos, Marina perdeu força, principalmente por causa dos ataques da presidente Dilma. Quanto a Aécio, ele é apresentado como um candidato próximo do empresariado, mas pouco conhecido dos brasileiros.

A dois dias das eleições presidenciais, Dilma se consolida na liderança das pesquisas com 40% das intenções de voto, segundo sondagem do Datafolha divulgada nesta quinta-feira. Já no segundo lugar, a disputa está acirrada: Aécio subiu e chegou a 21%, em empate técnico com Marina, que tem 24%. Com a campanha eleitoral gratuita encerrada na televisão e no rádio, o debate de ontem à noite foi a última chance para os candidatos tentarem convencer os eleitores.

O site da revista francesa Challenges afirma que Aécio foi um governador bem-sucedido em Minas Gerais. Em duas gestões, ele reduziu a pobreza no Estado à metade, informa a revista. A candidatura do tucano ganhou fôlego nas vésperas do primeiro turno com o sucesso da estratégia da campanha de Dilma, que bombardeia a "incompetência econômica" de Marina e as contradições frequentes da ecologista, descreve a Challenges.

Ex-cinderela da Amazônia x tecnocrata playboy

A agência de notícias francesa AFP se diverte com as eleições no Brasil. A agência afirma que essa última semana de campanha tem "reviravoltas dignas de uma novela". Em perfis sobre os três principais concorrentes, Dilma, favorita nas pesquisas, é apresentada como "ex-guerrilheira, primeira mulher eleita presidente do Brasil, e a Angela Merkel sul-americana de esquerda". "Em quatro anos de presidência, ela deu continuidade ao compromisso de Lula de reduzir as profundas desigualdades no Brasil, mas decepcionou, paradoxalmente, em sua área, a economia", diz a AFP.

O candidato tucano é descrito pela AFP como um misto de "tecnocrata e playboy". "Aécio Neves é um produto típico da elite brasileira: neto de presidente, deputado, governador, senador, um homem charmoso e festeiro, casado com uma ex-top model." Frequentador das páginas de revistas de celebridades, o social-democrata tem o apoio do ex-jogador Ronaldo e centrou sua campanha nos ataques à política intervencionista do PT, informa a AFP.

Marina Silva é a candidata que mais chama a atenção da imprensa francesa devido sua inesperada ascensão após o acidente trágico com Eduardo Campos. "Ex-cinderela negra da Amazônia, Marina tem um destino fora do comum e quer presidir o Brasil", diz a AFP.

Chamada de "Lula de saias" ou "a nova Obama", a candidata ecologista defendeu em sua campanha "uma ruptura com o sistema e um programa de centro, de modo a preservar as conquistas sociais com uma gestão econômica mais ortodoxa". Mas seus ex-camaradas do PT a descrevem como "uma oportunista que muda de partido com a mesma facilidade com que respira". "Uma demagoga iluminada, despreparada e muito rígida para compor uma maioria parlamentar estável", relata a AFP. A agência encerra o perfil de Marina dizendo que ela "rejeita esses ataques e oferece a outra face".

Marina "naufraga"

O jornal gratuito 20 Minutes afirma na sua edição de hoje que o futuro de Marina na presidência, que parecia ser o mesmo de Lula, está "naufragando". Segundo analistas entrevistados pelo jornal, a candidata do PSB começou muito bem nas pesquisas de intenção de voto há seis semanas, beneficiada por um "efeito afetivo" após a morte trágica de Eduardo Campos.

Um analista ouvido pelo jornal comparou as trajetórias de Mariana e Lula e disse que "Lula não ganhou porque era operário". Ele venceu "por causa das suas ideias e por causa do forte apoio do PT em vários cantos do país".

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