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Brasil/ economia

Para Bresser-Pereira, Nelson Barbosa seria melhor nome para ministério da Fazenda

Luiz Carlos Bresser-Pereira, economista e ex-ministro dos governos Sarney e Fernando Henrique Cardoso, foi o palestrante especial de uma conferência sobre o futuro do Brasil no Institut des Amériques, em Paris, nesta quinta-feira (20). Após o evento, ele comentou o convite que a presidente Dilma Rousseff teria feito a Luiz Trabuco, presidente do banco Bradesco, para ser o próximo ministro da Fazenda. Bresser-Pereira teria preferido o nome de Nelson Barbosa, também cotado para o cargo, mas destacou que o banqueiro é “um homem competente”.

Economista Luiz Carlos Bresser-Pereira participou de conferência em Paris.
Economista Luiz Carlos Bresser-Pereira participou de conferência em Paris. Agência Brasil
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“Existe uma necessidade muito grande, neste momento, de se fazer um ajustamento fiscal. É preciso saber quem melhor vai fazer isso. Eu entendo que o Nelson Barbosa tem todas as condições de fazê-lo”, afirmou, em referência ao número 2 do atual ministério da Fazenda. “Mas o Trabuco também tem. Ele é um homem competente, com a vantagem de se ter a confiança do sistema financeiro. O Bradesco sempre foi um banco muito prático, o que também é uma coisa boa – muita teoria é ruim, nessas horas.”

O anúncio do sucessor de Guido Mantega é aguardado com ansiedade pelos mercados, que têm indicado a preferência por um ministro focado em regularizar as contas públicas. O desligamento de Mantega no próximo mandato foi anunciado por Dilma durante a campanha eleitoral.

“A escolha de um novo ministro é muito importante, e que esse ministro seja comprometido com um programa de ajustes. Houve desajustes que aconteceram, em grande parte, por fatores que escaparam ao controle do governo nos últimos quatro anos”, avalia Bresser-Pereira. “Eles decorreram de uma taxa de câmbio muito apreciada, que não foi possível corrigir, e agora a coisa está realmente difícil.”

Em sua palestra, o professor emérito da Fundação Getúlio Vargas apontou o real apreciado como a principal razão para o baixo crescimento da economia brasileira nos últimos dois anos. A taxa de câmbio competitiva, sustenta, é “fundamental” para atrair investimentos estrangeiros. Se não for corrigida, a disfunção no câmbio pode levar o Brasil a uma crise financeira, na opinião do ex-ministro. “É preciso rejeitar terminantemente o controle da inflação com a taxa de câmbio”, destacou. O fenômeno, na opinião dele, é amplificado com a política de crescimento com poupança externa.
 

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