Dois dias de luto nacional pela morte de António Mascarenhas Monteiro

O Governo cabo-verdiano decidiu decretar dois dias de luto nacional pela morte do antigo Presidente da República António Mascarenhas Monteiro.

Antigo Presidente cabo-verdiano, António Mascarenhas Monteiro Liliana Henriques

O antigo Presidente da República, primeiro Chefe de Estado democraticamente eleito em Cabo Verde faleceu, hoje, aos 72 anos, vítima de doença prolongada.

António Mascarenhas Monteiro era natural de Santa Catarina de Santiago. Foi jurista e magistrado e primeiro Presidente da República de Cabo Verde eleito por voto directo e universal, em Fevereiro de 1991, com o apoio do Movimento para a Democracia (MpD).

Formou-se em direito na Universidade Católica de Lovaina, na Bélgica. Na década de 80 António Mascarenhas Monteiro foi Presidente do Supremo Tribunal de Justiça de Cabo Verde.

Em 2006, foi nomeado como enviado especial a Timor Leste, designado pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan.

Em Abril de 2014, O antigo Presidente de Cabo Verde foi escolhido pela Organização Internacional da Francofonia para chefiar uma missão de observadores nas eleições gerais na Guiné-Bissau.

Em conferência de imprensa, o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva anunciou dois dias de luto nacional que entraram em vigor hoje pelas 12h30.

O funeral com honras do Estado será realizado depois de acertos com a família enlutada, a quem Ulisses Correia e Silva endereçou as sentidas condolências;"gostaria de endereçar as condolências à família enlutada em meu nome e em nome do governo de Cabo Verde. Gostaria ainda de destacar o enorme contributo que António Mascarenhas Monteiro deu à democracia de Cabo Verde enquanto Presidente da República, enquanto homem dedicado à causa pública, às funções judiciais. Fica-nos a gratificação de termos tido um homem à dimensão da Nação cabo-verdiana", descreveu o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva.

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Ulisses Correia e Silva

O candidato presidencial, Albertino Graça soube da morte de António Mascarenhas Monteiro no aeroporto internacional Cesária Évora, antes de viajar para a cidade da Praia e disse que ficou transtornado com a morte do amigo e Doutor Honoris Causa, pela Universidade do Mindelo.

Albertino Graça cancelou hoje todas as actividades de campanha; "acabo de ser surpreendido com esta notícia muito triste. Evidentemente que pelo que o Doutor Mascarenhas fez por Cabo Verde, o seu desempenho como Presidente da República, merece o maior respeito. Além disso, o Doutor Mascarenhas Monteiro era um amigo pessoal, um amigo da universidade e que deu, nos últimos anos, uma grande contribuição ao desenvolvimento da universidade e da academia".

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Albertino Graça

Também o candidato presidencial, Jorge Carlos Fonseca cancelou todas as actividades da sua campanha e mostrou-se desolado com a morte de Mascarenhas Monteiro; "dirijo os meus sinceros sentimentos de condolência à esposa, aos filhos e a todos os familiares. Não é o momento de se fazerem avaliações, sobretudo, nos tempos políticos que nós estamos a atravessar. Toda a gente reconhece que exerceu a função com muita dignidade".

"Era uma figura muito respeitada que eu conheci desde miúdo e que influenciou o meu percurso de jovem, o meu percurso de político e, neste momento, como candidato - sabendo desse facto, dei instruções para que de imediato se cancele toda e qualquer actividade da campanha eleitoral", descreveu Jorge Carlos Fonseca.

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Jorge Carlos Fonseca

O candidato presidencial, Joaquim Monteiro que está em Santo Antão, não suspendeu as acções de campanha, mas destacou o que Mascarenhas Monteiro significou para ele; "foi para mim um grande companheiro de luta, um grande amigo e também um grande companheiro de todos os cabo-verdianos. A toda a família enlutada, a todo o povo cabo-verdiano que se encontra num momento de luto enviamos toda a mensagem de consolação e que vamos continuar toda sua luta para o povo cabo-verdiano".

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Joaquim Monteiro

O presidente António Mascarenhas Monteiro tinha uma estatura de homem de Estado e sempre agiu como tal, disse hoje o antigo Presidente Pedro Pires declarando-se “muito triste” com a morte do seu antecessor no cargo de Chefe de Estado.

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Pedro Pires