Críticos comentam ausência de longas brasileiros em Cannes
Nenhum longa-metragem representa o Brasil na corrida da Palma de Ouro no Festival de Cinema de Cannes ou em mostras paralelas de prestígio, como a Quinzena dos Realizadores ou Um Certo Olhar. A participação brasileira fica restrita a dois curtas-metragens em mostras paralelas: “Pátio”, de Aly Muritiba, na Semana da Crítica, e “Pouco Mais de um Mês”, de André Novais Oliveira”, na Quinzena dos Realizadores. Outras produções nacionais estarão presentes em eventos paralelos, como o “Court Métrage-Short Film Corner” e no Marché du Film (mercado).
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Os críticos Carlos Alberto Mattos e Pablo Villaça comentam a falta de longas brasileiros no festival de cinema de Cannes
Para Carlos Alberto Mattos, crítico e pesquisador de cinema, editor da revista FilmeCultura, sobre cinema brasileiro, a presença restrita do Brasil em Cannes pode ter várias explicações. Uma delas é a segmentação da produção brasileira, entre cinema comercial, sem expressão internacional, e o filme de autor, que muitas vezes fica restrito a um circuito paralelo, sem o porte que interessa a festivais como o de Cannes.
Já o crítico Pablo Villaça, do portal Cinema em Cena, acha a ausência de longas do Brasil reflete muito mais a falta de visão dos programadores do festival do que problemas na produção nacional.
Prêmios
A participação mais memorável do Brasil no festival francês foi em 1962, quando “O Pagador de Promessas”, dirigido por Anselmo Duarte, levou o prêmio principal, a Palma de Ouro. A história, de Dias Gomes, tinha nos papéis principais: Leonardo Vilar, Glória Menezes e Dionísio Azevedo.
Antes disso, “O Cangaceiro”, de Lima Barreto, foi escolhido como melhor filme de aventura em 1953. Glauber Rocha recebeu vários prêmios: da Crítica Internacional, por Terra em Transe, em 1967; de melhor direção, em 1969, por “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”; e prêmio especial do júri pelo curta “Di Cavalcanti”, em 1977.
Duas atrizes brasileiras levaram a Palma de Ouro de interpretação: Fernanda Torres, por “Eu Sei que Vou Te Amar”, de 1986, e Sandra Corveloni, por “Linha de Passe”, de 2008.
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