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Espanha/Artes plásticas

Toledo recebe maior exposição já dedicada a El Greco

Abre nesta quinta-feira (13), em Toledo, na Espanha, a maior exposição de obras do pintor, escultor e arquiteto Domínikos Theotokópoulos, conhecido como El Greco. No ano em que se celebra os 400 anos de sua morte, o artista é consagrado com a primeira mostra na cidade em que viveu a maior parte de sua vida, produziu suas principais obras e morreu, em 7 de abril de 1614. "El Griego de Toledo" reúne mais de 100 trabalhos originais do mestre que inspirou Pablo Picasso e Jackson Pollock e inaugurou a chamada Escola Espanhola de pintura.

Detalhe de "O Enterro do Conde de Orgaz", uma das obras expostas em Toledo
Detalhe de "O Enterro do Conde de Orgaz", uma das obras expostas em Toledo REUTERS/Paul Hanna
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Apesar de ter sido reconhecido em vida, El Greco passou quase 100 anos esquecido, até que suas telas de figuras alongadas e cores vivas, que misturam a técnica Renascentista com influências bizantinas, caíram nas graças dos românticos franceses do século XIX. Agora, obras emprestadas de museus tão distantes quanto a Galeria Nacional da Dinamarca, o nova-iorquino Metropolitan, Benaki Museum da Grécia e o Museu do Louvre em Paris, encontram seu caminho de volta para os locais para onde foram encomendadas.

Via crucis
Além do Museu Santa Cruz, que reúne a maior parte do catálogo, a exposição abrange os espaços Greco: a Catedral de Toledo, o Hospital Tavera, a Igreja São Tomé, a Capela de San José e o Convento de Santo Domingo el Antiguo. De acordo com o catálogo de "El Griego de Toledo", "estes espaços ainda conservam algumas telas originais, o que oferecerá à exposição um caráter único que não pode ser repetido fora da cidade".

Apesar de focar sobre o período espanhol da produção do artista, a mostra engloba toda sua carreira, desde seu trabalho como professor de pintura em Creta, quando ele ainda pintava ícones no estilo bizantino. Depois, ela segue sua passagem pela Itália, onde ele começa a se apropriar gradualmente das técnicas ocidentais italianas, inspirado por Tiziano, Tintoretto, Giorgio Giulio Clovio e Michelangelo.

Ocidentalização técnica
É na Itália, por exemplo, que ele produz suas quatro versões para a passagem bíblica em que Jesus expulsa os comerciantes do templo. As quatro telas testemunham a rapidez com que ele incorporou as técnicas renascentistas, antes de partir para Toledo, em julho de 1577. Na Espanha, El Greco se consolida como retratista, apesar de não seguir a tendência estílistica da corte de Felipe II, e atinge a excelência como pintor de imagens devocionais.

Essas telas religiosas foram encomendadas por diversas autoridades eclesiásticas da cidade e reencontram seus lugares originais em "El Griego de Toledo". Lá também, ele desenvolve suas estratégias comerciais e passa a produzir estampas e réplicas seriadas de suas composições, ampliando sua clientela. Todo este percurso profissional do artista pode ser revivido, em seus locais originais, até o dia 14 de junho.

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