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Noruega/Artes Plásticas

Museu norueguês devolve Matisse roubado por nazistas

O centro artístico norueguês Henie Onstad restituiu nesta sexta-feira um precioso quadro de Henri Matisse aos descendentes americanos do marchand francês Paul Rosenberg. A obra, com valor estimado em 20 milhões de dólares, foi roubada por nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

"Perfil azul diante da lareira", de Henri Matisse
"Perfil azul diante da lareira", de Henri Matisse Reprodução
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“Perfil azul diante da lareira”, realizado por Matisse (1869-1954) em 1937, foi devolvido à parte americana da família do colecionador, avô da jornalista francesa Anne Sinclair, que foi casada com Dominique Strauss-Kahn, ex-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Espólio de guerra

 

A pintura foi confiscada na França pelos nazistas em 1941. Em seguida, ela fez parte, por um curto período de tempo, da coleção do comandante da Luftwaffe, Herman Göring, antes de chegar às mãos do marchand alemão Gustav Rochlitz, proprietário de uma galeria em Paris, passando em seguida para galeria Pétridès, também na capital francesa.

 

Em 1950, o rico colecionador norueguês Niels Onstad comprou a obra, sem saber de seu percurso, do corretor parisiense Henri Bénézit. No entanto, não há informações precisas sobre como o Matisse teria chegado a Bénézit. O quadro passou a ser uma das obras principais do centro Henie Onstad, criado nos anos 1960, perto de Oslo, pelo casal Niels Onstad e Sonja Henie, campeã olímpica de patinação artística.

 

A volta

A pintura reapareceu em 2012, como parte de uma exposição temporária no Centro Georges Pompidou, de Paris. Alertada, a família Rosenberg pediu a restituição do quadro. A direção do centro artístico relutou, a princípio, a devolvê-lo. A Noruega é signatária da Declaração de Washington sobre a restituição de arte espoliada, mas sua legislação prevê que uma obra passe definitivamente à seu detentor após dez anos de possessão.

 

“Uma investigação minuciosa do centro artístico Henie Onstad chegou à conclusão que uma restituição era justificada”, declarou o presidente do conselho de administração do museu, Halvor Stenstadvold, procedendo à devolução incondicional.

“Perfil azul diante da chaminé” vai agora atravessar o Atlântico em direção aos EUA, após acordo entre os descendentes americanos de Rosenberg e a neta Anne Sinclair na França. Um representante da família americana na Noruega declarou que os Rosenberg continuam a procurar “ativamente centenas de obras” roubadas pelos nazistas durante a Guerra.
 

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