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Cinema/Manoel de Oliveira

"Curiosidade e risco permanente" marcam obra de Manuel de Oliveira

Aos 106 anos, o português Manuel de Oliveira era o cineasta mais idoso ainda em atividade no mundo. Mais que isso, o diretor, que realizou mais de 30 longas-metragens, era a última testemunha viva da passagem do cinema mudo para o falado. Nascido na cidade do Porto, no norte de Portugal, em 1908, o diretor morreu nesta quinta-feira (2).

Falece o diretor português de cinema, aos 106 anos, Manoel de Oliveira.
Falece o diretor português de cinema, aos 106 anos, Manoel de Oliveira. REUTERS/Hugo Correia
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“Aprendi tudo o que sei com Manuel de Oliveira”, disse o produtor Paulo Branco, em entrevista exclusiva à RFI. Um dos mais importantes produtores do mundo cinematográfico, com mais de 300 filmes no currículo, Branco foi um dos grandes incentivadores e divulgadores da obra de Manuel de Oliveira.

O produtor reconhece que contribuiu para o reconhecimento nacional e internacional do cineasta, “para que ele pudesse filmar de uma maneira praticamente sistemática”. Ele acrescenta que “foi uma experiência única estar ao lado de um criador como o Manuel de Oliveira, com o sentido de curiosidade e risco permanente que tinha a sua obra”.

Cinema, literatura e Portugal

“Ele acompanhou toda a história do cinema do século 20 e seus filmes fazem parte do patrimônio mundial do cinema”, relata Patrick Straumann, crítico de cinema e organizador de um livro francês sobre Aniki Bobó, o primeiro filme falado de Oliveira, de 1942.

A genialidade vem desde os primeiros filmes, como o documentário em preto e branco, ainda mudo, “Douro, Faina Fluvial”, e o primeiro longa de ficção, ‘Aniki Bobó”, um filme “quase neorealista”, cita Straumann. “A partir dos anos 80, Oliveira se reinventou e se dedicou a obras contemplativas, muitas ligadas à literatura, mas principalmente referentes à cultura e à tradição de Portugal”.

Lusíadas

Em dezembro, para celebrar seu aniversário de 106 anos, o cineasta lançou seu último trabalho: o curta-metragem "O Velho do Restelo", ficção inspirada no poema épico "Os Luisíadas", de Camões. Alguns dias antes, ele havia recebido a Legião de Honra da França, na Fundação Cultural Serralves, no Porto.

 

04:26

Paulo Branco e Patrick Straumann falam sobre Manoel de Oliveira

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