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Cinema/Paris

Filme sobre Joãosinho Trinta lota cinema em estreia na França

Sala lotada para ver a estreia do longa biográfico de Paulo Machline, "Trinta", na abertura do Festival de Cinema Brasileiro de Paris, na noite desta terça-feira (8). O filme conta a história do carnavalesco Joãosinho Trinta, maranhense que chegou ao Rio de Janeiro com o sonho de ser bailarino clássico e que se tornou um ícone da cultura brasileira ao revolucionar o Carnaval nos anos 70.

O ator Mateus Nachtergaele interpreta Joãosinho Trinta no longa de Paulo Machline.
O ator Mateus Nachtergaele interpreta Joãosinho Trinta no longa de Paulo Machline. Divulgação
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Machline participou da abertura do festival e, emocionado, disse que a estreia de Trinta na França é muito especial. "Eu tive a ideia desse filme em um dia de sol, comendo um sanduíche na Praça des Vosges, aqui em Paris. E, depois disso, foram anos de trabalho. O filme estreou no ano passado no Brasil e começa agora sua jornada pelo mundo", contou.

No público, muitos brasileiros radicados na França, alguns turistas e franceses apaixonados pelo Brasil. Apesar de o filme tratar dos bastidores do primeiro desfile realizado por Joãosinho, cheio de referências à cultura francesa, o que mais agradou os espectadores foram as explosões de raiva do carnavalesco. A sala foi às gargalhadas com a cena em que o maranhense, até então muito tímido e educado, faz um desabafo atrapalhado, dizendo uma série de palavrões, dias antes de sua estreia pela escola de samba Salgueiro.

Personalidade do carnavalesco

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Ouça a entrevista com Paulo Machline, diretor do filme Trinta

Em entrevista à RFI, Machline disse que a personalidade de Joãosinho é, de fato, o que mais encanta os espectadores. Por vezes doce e envergonhado, outras vezes tenso e pessimista, o diretor quis enfatizar o lado humano de Joãosinho, deixando o mito de lado. "Esse humor dúbio, que você não sabe se ele está bravo ou feliz é o que mais nos toca", declarou.

O psicoterapeuta corporal francês Eric Guenoun morou vários anos no Brasil e foi à abertura do festival para "matar as saudades". "O que achei mais interessante é que todo mundo conhece o Joãosinho Trinta, mas ninguém sabe de todas as batalhas que ele teve que vencer", diz, lembrando ter assistido a um dos desfiles mais famosos do carnavalesco, "Ratos e urubus, larguem a minha fantasia", em 1989.

31 filmes brasileiros

A edição deste ano do festival do cinema brasileiro conta, ao todo, com 31 filmes brasileiros, entre ficções, documentários e curtas-metragens. O evento homenageia os 50 anos de carreira da cantora Maria Bethânia, exibindo três filmes sobre três fases diferentes da artista.

No mesmo clima do Salão do Livro de Paris, que homenageou este ano a literatura brasileira, o festival destaca oito adaptações literárias para as telas. Já em competição pelo prêmio do público, há oito filmes concorrendo, todos eles ainda inéditos na França.

O festival continua até a próxima terça-feira, dia 14 de abril, com várias seções diárias no cinema Arlequin (76, rue de Rennes), no 6° distrito da capital francesa. O longa "Trinta", que abriu ontem o evento, volta às telas no domingo (12), às 14h.

 

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