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Festival de Cannes 2015

Melodramas marcam 68ª edição do Festival de Cannes

A três dias do encerramento do Festival de Cannes, mais dois filmes serão exibidos nesta quinta-feira (21) na disputa pela Palma de Ouro. Um deles é "Dheepan", o aguardado longa do diretor francês Jacques Audiard. A 68ª edição do festival é marcada pelo retorno às telas de filmes melodramáticos.

Imagem de "O Assassino", novo filme do taiwanês Hou Hsiao-Hsien, na competição oficial de Cannes.
Imagem de "O Assassino", novo filme do taiwanês Hou Hsiao-Hsien, na competição oficial de Cannes. Photo du film © DR
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"Dheepan" tem como pano de fundo o drama de refugiados na França. O filme conta a história de três pessoas do Sri Lanka, que não se conhecem, mas fingem ser de uma mesma família para poder fugir de seu país em guerra e pedir asilo na Europa. Na França, eles enfrentam o cotidiano de um bairro da periferia de Paris dominado pela violência. Para sobreviver, o ex-soldado rebelde, uma jovem mulher e sua filha deverão formar uma verdadeira família.

O segundo longa em competição oficial é "O Assassino", novo filme do taiwanês Hou Hsiao Hsien, um dos grandes cineastas asiáticos. O enredo se passa na China do século 9, mergulhada em rebeliões contra o imperador. Uma jovem volta à sua família após anos de exílio, aprende artes marciais, e sua mãe terá que decidir se ela mantém a missão de matar um primo ou rompe com a "Ordem dos Assassinos".

Como previsto, o filme "Love", do argentino Gaspard Noé, exibido durante a madrugada em Cannes, provocou polêmica, mas agradou muitos cinéfilos. Filas gigantes, com mais de 2 mil pessoas, se formaram em frente ao Palácio dos Festivais, bem antes da projeção, mas nem todos puderam entrar por falta de espaço.

Filmado em 3D, para o espectador se sentir mais próximo do personagem principal, segundo o diretor, o longa mostra cenas fortes de sexo explícito com ejaculações em primeiro plano e orgias. Muito críticos ironizaram "Love", dizendo que os diálogos nem sequer chegaram ao nível de um filme pornográfico. No entanto, no final da projeção, o filme foi aplaudido de pé em Cannes.

Gaspard Noé afirmou querer transportar para a tela toda a paixão em seu estado carnal.

Melodramas retornam às telas

Quinze dos 19 filmes em competição já foram exibidos até agora em Cannes. A seleção este ano é marcada pelo retorno de grandes melodramas às telas. Emoções à flor da pele, sentimentos exacerbados, dramas familiares e trilhas sonoras sob medida para acompanhar o conteúdo dramático levam o público às lágrimas no final das sessões. Ao menos cinco longas se encaixam perfeitamente nessa categoria: "Love", "Elle et lui", "Mia Madre", "Carol" e "Mountains May Depart", do chinês Jia Zhang Ke.

O longa de Jia Zhang Ke foi um dos mais aplaudidos na Croisette. O filme chinês conta a história de uma família ao longo de 25 anos, em três tempos - passado, presente e futuro. A personagem central é uma mulher, que é abandonada pelo marido, um homem obcecado pelo dinheiro. Ela vive distante do filho, enviado para estudar na Austrália em escolas de elite. O culto ao dinheiro, a questão das famílias recompostas e das tradições que vão sendo esquecidas com o tempo desfilam na tela em uma leitura sentimental do diretor.

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