Fracasso da fusão entre Pão de Açúcar e Carrefour fragiliza grupo francês, diz Le Monde
O fracasso da fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour fragiliza ainda mais o grupo varejista francês, afirma matéria do jornal Le Monde, publicada na edição desta terça-feira.
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Segundo o jornal, o diretor financeiro do Carrefour na França, Pierre Bouchut, pode ser usado como bode expiatório para arcar com a responsabilidade de ter se metido em um projeto fadado ao fracasso como a fusão com o Pão de Açúcar.
O grupo brasileiro, de propriedade do empresário Abílio Diniz, vinha negociando a fusão com o Carrefour há meses. A proposta chegou a ser anunciada no dia 28 de junho, mas teve que ser abandonada devido à forte oposição de outro francês, o grupo Casino, que é sócio do Pão de Açúcar no Brasil.
O Le Monde diz que, em princípio, tudo poderia levar a creer que foi o diretor financeiro do Carrefour o responsável pela negociação. Mas fontes ouvidas pelo jornal contam outra versão. A proposta teria sido, assim, imposta tanto ao diretor financeiro quanto ao presidente do Carrefour pela Blue Capital, que reúne os dois principais acionistas do grupo na França.
Ainda segundo o Le Monde, os acionistas tinham consciência do risco de que o Casino barrasse a proposta, mas apostavam na interferência do governo brasileiro. "Eles pensavam que o governo brasileiro não deixaria o Pão de Açúcar escorregar para as mão do francês Casino", diz o jornal.
Segundo o pacto de acionistas firmado entre o Casino e o Pão de Açúcar, o grupo francês pode tomar o controle do brasileiro a partir do ano que vem.
A Blue Capital nega as insinuações publicadas pelo jornal e afirma que tudo não passa de rumores. Mas verdadeiras ou falsas, diz o Le Monde, tudo isso revela um grupo em plena tormenta. "As vendas do Carrefour se arrastam na Europa e rentabilidade está em queda", lembra o jornal francês.
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