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Japão/FMI

Reforma do sistema de cotas do FMI sofre bloqueio dos EUA

A reforma no FMI que prevê uma maior representatividade para a China, a Índia e o Brasil, deverá ser adiada. Prevista para entrar em vigor na Assembleia Anual do Fundo, que termina neste domingo em Tóquio, o texto não pode ser adotado sem o apoio dos Estados Unidos.

O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, e o premiê japonês Yoshihiko Noda
O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, e o premiê japonês Yoshihiko Noda Foto: Reuters
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A reforma, que deve ser aprovado por 113 países, depende da posição americana, já que os Estados Unidos totalizam 16,7% dos votos. O texto também precisa ser ratificado pelo Congresso americano, e é considerado crucial porque triplica os recursos permanentes do Fundo, que passam a U$ 767 bilhões. Com a mudança, a China passaria a ser o terceiro país mais poderoso do FMI – uma proposta aprovada em 2010 pelos países que integram o G-20, com o objetivo de aumentar a representatividade das novas potências econômicas. Desde então, os 188 estados membros do FMI iniciaram uma negociação para modificar o cálculo das cotas atribuídas que determinam o direito de voto.

A diretora do FMI, Christine Lagarde, não criticou diretamente os Estados Unidos, mas incentivou os Estados a se mobilizarem para a implementação da reforma. Os americanos, que incentivaram o texto no início, agora bloqueiam o processo. Em Tóquio, o secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner, defendeu uma maior participação dos emergentes na instituição, mas sem entrar em detalhes sobre as intenções do governo americano. O G-24, grupo que reúne as principais potências emergentes, entre elas o Brasil, disse que o bloqueio da reforma afeta a imagem e a credibilidade do FMI, e também pediu que a África obtenha mais uma cadeira no Conselho de Administração.

Para o ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, "a resistência à reforma enfraquece os esforços para transformarem o FMI em uma organização verdadeiramente multilateral e representativa", declarou. O Brasil também defende uma fórmula que leve em conta a paridade entre o PIB e o poder de compra. Segundo Mantega, o fracasso da reforma envia um sinal ‘’negativo’’ para o resto do mundo, uma posição também defendida pelo ministro francês das Finanças, Pierre Moscovici. "A reforma de 2010 é uma decisão que permitirá ao Fundo de estar em sintonia com a economia mundial de hoje", declarou.

Na reunião que termina neste domingo, os ministros das Finanças e Bancos Centrais das principais potências deverão adotar uma lista de medidas para diminuir os efeitos da crise da dívida pública na Europa e nos Estados Unidos.
 

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