Vitorioso, premiê japonês promete novo plano de estímulos à economia
Um dia depois de vencer as eleições legislativas no Japão, o primeiro-ministro Shinzo Abe prometeu apresentar um novo plano de estímulo à economia do país. Nesta segunda-feira (15), o premiê disse que o programa será definido até o final deste ano.
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A coalizão liderada por Abe teve uma vitória eleitoral confortável na votação – porém, o alto índice de abstenção indica que a insatisfação popular com o governo é grande. O Partido Liberal Democrata, de direita, conquistou 291 dos 475 assentos da Câmara dos Deputados, que foi dissolvida em novembro. No total, a coalizão conta agora com 326 cadeiras. O objetivo do premiê era “questionar o povo” sobre a sua política econômica, apelidada de “abenomics”.
Nesta manhã, em uma coletiva de imprensa, o primeiro-ministro não deu mais detalhes sobre como pretende aprofundar as medidas para relançar a economia. “O forte apoio público me leva a prosseguir no caminho escolhido”, declarou Abe, insistindo que “de qualquer maneira, não há outra via possível”.
O líder lembrou que, quando ele chegou ao poder, há dois anos, “um clima sombrio e pesado reinava” sobre o Japão. “Acabou a fuga das empresas devido ao iene forte. Nós aumentamos as vagas de empregos”, afirmou. “Mas ainda há dificuldades e problemas diante de nós”, reconheceu.
Abenomics
A posse do novo governo vai acontecer no dia 24 de dezembro. A política econômica de Abe é baseada em três pilares – reformas estruturais e flexibilidade orçamentária e monetária – e apresentou, em um primeiro momento, resultados positivos, depois de vários anos de estagnação no país. Mas o Japão entrou de novo em recessão no terceiro trimestre do ano.
Abe se declarou disposto a "prosseguir com firmeza" em sua política e pediu o apoio das "forças vivas da nação". Ele prometeu pedir aos empresários um gesto salarial para melhorar o poder aquisitivo das famílias, antes do aumento, previsto para abril de 2017, do imposto sobre o consumo.
Fim da deflação
A primeira alta do tributo, em abril, rompeu a recuperação iniciada pelo país e levou o Japão de volta à recessão. Abe então decidiu adiar em 18 meses a segunda etapa do aumento, inicialmente prevista para outubro de 2015.
A decisão, como recordou o primeiro-ministro nesta segunda-feira, foi o que o levou a convocar eleições antecipadas para validar, por meio do voto popular, o caminho traçado. Em seguida, ele espera passar “uma segunda fase”, que garanta "com certeza o fim da deflação" - o grande mal da economia japonesa - e a entrada em um círculo de aumentos salariais, consumo, investimentos e produção.
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