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Economia/ petróleo

Países árabes acusam não-membros da Opep por queda do preço do petróleo

As monarquias do Golfo produtoras de petróleo acusaram neste domingo (21) os países que não fazem parte da Opep (Organização dos Produtores e Exportadores de Petróleo) de terem provocado a queda vertiginosa dos preços do barril, devido ao excesso de produção. Os dirigentes afirmam estar “confiantes” na recuperação dos preços, levando as bolsas do Golfo a operarem em alta.

Preço da gasolina nos Estados Unidos caiu para menos de US$ 1,90, pela primeira vez em anos.
Preço da gasolina nos Estados Unidos caiu para menos de US$ 1,90, pela primeira vez em anos. REUTERS/Rick Wilking
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Desde junho, o valor do barril caiu cerca de 50%, devido à abundância da oferta, o dólar forte e a fraca demanda internacional, em um contexto econômico ainda fragilizado pela crise. “Uma das principais razões é a produção irresponsável de alguns produtores de fora da organização, dos quais alguns são novos no mercado”, acusou o ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos, Suhail Al-Mazruei.

Ele disse que os países produtores terão de aguentar um “grande fardo econômico” devido à despencada dos preços do petróleo, mas defendeu a decisão da Opep de não interferir no teto da produção do óleo para forçar a subida do valor pago pelo barril de Brent.

Queda ajuda a promover crescimento, diz ministro

O ministro do petróleo da Arábia Saudita também concorda com escolha da organização de manter a produção estável, dizendo que as cotações atuais ajudariam a impulsionar o crescimento econômico e a demanda global pela commodity. Ali al-Nuaimi atribuiu a queda dos preços à ação de especuladores e ao que chamou de “falta de cooperação dos principais produtores de fora da Opep”.Ele voltou a sinalizar que o maior exportador de petróleo do mundo não iria alterar os níveis de produção, visando permitir que o mercado se estabilize por conta própria.

"Estou confiante de que o mercado de petróleo vai melhorar", disse ele. Questionado sobre as possibilidades de cooperação entre os membros da Opep, que incluem produtores de custo mais baixo do mundo, e os outros países, Nuaimi respondeu: "A melhor coisa para todo mundo é deixar que os produtores mais eficientes produzam".

Complô “não tem fundamento”

O ministro saudita também rejeitou a tese de um “complô” para baixar os preços por razões políticas, e destacou que a política petrolífera de seu país “é baseada em princípios puramente econômicos”. “Isso não tem fundamento”, afirmou. A teoria do complô é evocada pela Rússia e o Irã, cujas economias têm uma forte dependência das receitas do petróleo. Teerã é membro da Opep.

Na sexta-feira, os preços tiveram uma alta marcante de US$ 2,41, um dia depois da queda histórica de quinta-feira, quando o valor pelo barril fechou em US$ 54,11. Neste domingo, dia de abertura das bolsas no Golfo, a tendência de alta permaneceu. A bolsa de Dubai fechou em alta de 9,88% e de Abu Dabi subiu 3,47%.
 

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