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Rússia/JO

Obras dos JO de Sochi custam o triplo do planejado

A Rússia ainda não terminou as obras do canteiro olímpico de Sochi, cidade à beira do mar Negro que vai sediar os Jogos Olímpicos (JO) de Inverno de 7 a 23 de fevereiro. A poucas semanas do início da competição, os moradores denunciam o custo exorbitante das obras que já consumiram 40 bilhões de euros (cerca de 120 bilhões de reais), o triplo do orçamento inicialmente previsto.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, inspeciona local dos Jogos Olímpicos de Sochi e aproveita para jogar hóquei no gelo.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, inspeciona local dos Jogos Olímpicos de Sochi e aproveita para jogar hóquei no gelo. REUTERS/Alexei Nikolskiy/RIA Novosti/Kremlin
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Os operários que trabalham na construção da Vila Olímpica de Sochi dão os retoques finais à obra. Com o ritmo intenso de trabalho, que não para dia e noite, os moradores da cidade reclamam dos repetidos cortes de energia, que deixam as casas no escuro e sem aquecimento em pleno inverno.

As competições vão acontecer em duas localidades, uma no litoral e outra nas montanhas, onde foram construídas as principais instalações. O principal objetivo das autoridades é desenvolver o turismo da região.

Para transportar os espectadores entre os dois locais, o governo da Rússia construiu uma linha ferroviária moderna, mas as estações ainda estão em fase de acabamento. Os hotéis que vão receber os jornalistas que farão a cobertura do evento esportivo também não estão prontos. Operários dizem que não vai dar tempo de finalizar todas as obras. As construtoras já teriam previsto esconder os canteiros inacabados com painéis.

Em relação ao custo exorbitante das obras, os moradores de Sochi evocam a corrupção.

Denúncias de trabalho escravo

As obras do JO de Sochi necessitaram de trabalhadores estrangeiros. Segundo o centro "Migração e lei" de Sochi, centenas de operários estrangeiros foram expulsos sem receber os salários combinados. Outras violações da lei, como a ausência de contratos com terceiros ou até mesmo a falta total de contratos de trabalho, também foram constatados pela ong Memorial, que coordena os trabalhos do centro.

No segundo semestre do ano passado, a justiça russa determinou a expulsão de 4 mil operários estrangeiros para seus países de origem, sem levar em consideração se eles haviam recebido ou não os salários. Eles não poderão retornar ao país no prazo de 5 anos, tornando praticamente impossível uma reclamação futura dos salários.

Putin visita instalações

O presidente russo, Vladimir Putin, visitou as instalações olímpicas de Sochi sexta-feira e sábado. A principal preocupação do chefe do Kremlim é com a segurança dos Jogos, depois do duplo atentado de Volgogrado, que matou 33 pessoas na semana passada. Os ataques na região são atribuídos a extremistas islâmicos do Cáucaso.

Para proteger Sochi da ameaça terrorista, o governo da Rússia vai mobilizar 30 mil policiais e militares durante as olimpíadas de inverno.
 

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