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Olimpíadas/Sochi

Insegurança pode perturbar atletas brasileiros em Sochi

A 16 dias do início das Olimpíadas de Inverno em Sochi, na Rússia, as ameaças de atentados durante o evento lançadas por grupos extremistas reforçam a preocupação dos participantes com a segurança. Uma das atletas brasileiras classificada para as Olimpíadas já decidiu restringir a presença de familiares na competição, conforme declarou em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo".

Mais de 37 mil policiais e militares foram mobilizados para as Olimpíadas de Sochi.
Mais de 37 mil policiais e militares foram mobilizados para as Olimpíadas de Sochi. REUTERS/Alexander Demianchuk
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Em um vídeo divulgado nesta segunda-feira (20), radicais islâmicos do Cáucaso ameaçam cometer atentados durante os Jogos de Sochi, que acontecem entre 7 e 23 de fevereiro na estação balneária russa localizada entre o Mar Negro e a região do Cáucaso.

Na mensagem dirigida diretamente a Vladimir Putin, dois homens aparentando ter 25 anos, com o rosto descoberto, afirmam: “Em relação aos Jogos Olímpicos, nós preparamos um presente para você e para os turistas para vingar o sangue dos muçulmanos derramado pelo mundo inteiro”. Os dois homens são apresentados como os autores dos atentados suicidas de Volgogrado, no sul da Rússia, que deixaram 34 mortos no final de dezembro.

O vídeo foi publicado pelo site jihadista vdagestan.com. A data da gravação não foi informada, mas o conteúdo de 49 minutos, com o título “Apelo de Suleiman e Abdurakhman antes da operação de Volgogrado”, é apresentado como a mensagem de adeus dos dois supostos kamikazes.

O vídeo mostra as imagens dos dois atentados de Volgogrado, a preparação de uma bomba e a maneira com que ela é pregada no braço de um kamikaze e ligada a um detonador na palma de sua mão.

Os dois homens defendem a jihad (guerra santa) não apenas no Cáucaso, mas também em grandes cidades da Rússia. Eles garantem que um grande número de jovens está pronto para participar de atentados suicidas como os de Volgogrado, em estações de trem e ônibus.  Especialistas de questões ligadas ao Cáucaso afirmam que as ameaças devem ser levadas a sério.

O chefe da rebelião islâmica do Cáucaso, Dokou Oumarov, que já reivindicou diversos atentados em Moscou e outras cidades russas, lançou um apelo em julho para impedir “de todas as maneiras” a realização das Olimpíadas de Inverno

Segurança

Proteger os atletas e turistas durante os Jogos é uma das maiores preocupações das autoridades russas, que decidiram montar um esquema de segurança sem precedentes na história do evento. Sochi está praticamente em estado de sítio com o controle de estradas, espaço aéreo e marítimo, além dos locais de realização das provas. O dispositivo mobiliza 37 mil policiais e militares e unidades especiais equipadas com mísseis e drones.

“Complicado”

A delegação brasileira terá cerca de 30 pessoas em Sochi, entre atletas e dirigentes. Diante desse ambiente de insegurança, muitos atletas não se sentem à vontade para levar familiares ao evento. Em entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", a mineira Jaqueline Mourão de 38 anos, decidiu não levar seu filho Ian, de 3 anos, à Sochi.

A atleta, já com vaga garantida na competição de esqui cross-country, vai estar acompanhada apenas do marido, o canadense Guido Visser. Ela estima que fora das estruturas olímpicas, nada será “fácil” para os turistas e torcedores, por isso seu filho vai ficar na Suíça. A atleta e seu marido ficarão em uma das Vilas Olímpicas.

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