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Espanha/escandâlo

Juiz espanhol indicia infanta Cristina por tráfico de influência e desvio de verbas

Um juiz espanhol indiciou na quarta-feira a filha mais nova do rei da Espanha Juan Carlos 1º, a infanta Cristina, por participar em suposto esquema de desvio de verbas e tráfico de influência da empresa de seu marido, o Duque de Palma. Ela terá que prestar depoimento a Justiça, o que pode trazer consequências muito negativas para a imagem da realeza espanhola.

A infanta Cristina, 47 anos, acusada de desvio de verbas e tráfico de influência
A infanta Cristina, 47 anos, acusada de desvio de verbas e tráfico de influência REUTERS/Daniel Aguilar/
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Luísa Belchior, correspondente da RFI em Madri

Uma investigação que começou há quase dois anos culminou no primeiro envolvimento formal de um membro da monarquia espanhola em um processo judicial. A Infanta Cristina foi indiciada na quarta-feira por suposta cooperação em atividades ilegais da empresa de Iñaki Urdangarin, seu marido, o Instituto Nóos.

Segundo as acusações, Urdangarin, que tem o título de Duque de Palma, e seu sócio, Diego Torres, cometeram tráfico de influência e desvio de verbas públicas. Eles chegaram a receber cerca de R$ 15 milhões por contratos com governos regionais de Valência e das Ilhas Baleares. Há suspeita de que ambos desviaram esse dinheiro e usaram a figura da infanta Cristina e até a do rei da Espanha para conseguir este e outros contratos.

Após receber das mãos do sócio de Urdangarin uma série de emails trocados por ele e Cristina, o juiz decidiu indiciar a filha do rei, por achar que ela podia saber e participar dos negócios da empresa. Apesar de o Duque de Palma já ter negado envolvimento, a caçula da família real fazia parte do conselho diretivo da empresa. Ela foi convocada a comparecer ao tribunal de Palma de Mallorca no próximo dia 27 para prestar depoimento.

A Casa Real expressou supresa e disse que a Procuradoria do Estado deve recorrer da decisão, mas o caso já é mais uma mancha para a família real espanhola, que desde 2011 vem perdendo popularidade. E deve alimentar um movimento que pede um referendo sobre a continuidade ou não da monarquia parlamentar na Espanha.
 

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