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Europa/Dia do Trabalho

No 1° de maio, europeus pedem mais empregos e menos rigor

A luta contra o desemprego e as políticas de austeridade marcam as manifestações do Dia dos Trabalhadores em toda a Europa. Milhares de pessoas desfilam nos protestos organizados pelos sindicatos na Grécia, Espanha, Itália, França, em Portugal e até na Alemanha, primeira economia do bloco, onde a precariedade cresce entre os trabalhadores e se discute a criação de um salário mínimo.

Manifestação pelo Dia dos Trabalhadores em 1° de maio de 2012, em Paris.
Manifestação pelo Dia dos Trabalhadores em 1° de maio de 2012, em Paris. REUTERS/Charles Platiau
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Em sua mensagem pelo Dia dos Trabalhadores, o papa Francisco fez um apelo, no Vaticano, por mais justiça social contra o desemprego. "O trabalho é essencial para a dignidade", disse o pontífice argentino. O papa condenou o que chamou de trabalho escravo, que vitimou mais de 400 trabalhadores no desabamento do Rana Plaza, em Bangladesh, na semana passada. Pela manhã, os trabalhadores italianos já se concentravam em Roma e na cidade medieval de Perugia, no centro do país, uma das regiões mais afetadas pelo desemprego na Itália. 

Na Grécia, país que junto com a Espanha detém o recorde de desempregados na Europa, duas manifestações estão programadas em Atenas. O transporte marítimo entre as ilhas gregas está novamente interrompido, devido a uma greve dos operadores de ferrys. O sindicato grego GSEE reinvindica nesse 1° de maio convenções coletivas, empregos, crescimento econômico e direitos sociais democráticos para os gregos.

Na Espanha, as duas maiores centrais sindicais, UGT e CCOO, convocaram 82 passeatas em todo o país. 

Em Portugal, a CGTP programou eventos em nível nacional, enquanto as comemorações da UGT acontecem apenas em Lisboa, com uma manifestação sob o slogan “Crescimento e Emprego, Recuperar a Esperança”, com discurso de estreia de seu novo secretário-geral, Carlos Silva.

Sindicatos vão às ruas divididos na França

Na França, as comemorações do Dia dos Trabalhadores começaram com a tradicional manifestação do partido de extrema-direita Frente Nacional, na região da Ópera de Paris. A líder do partido, Marine Le Pen, discursou dizendo que a extrema-direita já ganhou no campo das ideias, referindo-se a seu aumento de popularidade em relação ao presidente socialista François Hollande. A manifestação reuniu grupos de extrema-direita vindos de todas as regiões do país, pessoas de todas as idades incluindo militantes jovens que gritaram slogans xenófobos como "a França para os franceses" e "fora Islã".

Nos desfiles deste 1° de maio, os franceses cobram nas ruas mais empregos e menos rigor. O clima é de todos contra a política de Hollande, mas pela primeira vez em cinco anos as maiores centrais sindicais francesas celebram o Dia dos Trabalhadores divididas, por discordarem de uma reforma aprovada recentemente que deu mais flexibilidade às empresas para demitir trabalhadores. Os sindicatos mais combativos de esquerda, CGT, Força Operária (FO), FSU e Solidários, foram contra a reforma, enquanto as centrais reformistas CFDT, CGC e Unsa defenderam a nova legislação.

A grande passeata da CGT em Paris começa às 15h, 10h em Brasília, entre as praças da Bastilha e Nation, e deve reunir milhares de franceses descontentes com a crise e o governo.

A União Europeia bateu o recorde histórico de 26,5 milhões de desempregados em março.

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