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Portugal/Eleições

Políticas de austeridade dominam campanha para eleições municipais em Portugal

As eleições municipais portuguesas, que acontecem neste domingo, 29 de setembro de 2013, em pleno exame do plano de ajuda ao país pela chamada troïka de credores internacionais (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e União Europeia), são o primeiro teste eleitoral para o governo e sua política de austeridade, cada vez mais contestada.

Homem caminha com duas bandeiras do Partido Socialista durarnte campanha para eleições municipais em Lisboa.
Homem caminha com duas bandeiras do Partido Socialista durarnte campanha para eleições municipais em Lisboa. Reuters
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Esta é a primeira vez que os portugueses vão às urnas desde que o país começou a beneficiar de um plano de resgate internacional de 78 bilhões de euros, concedido em maio de 2011 pela União Europeia e o FMI em troca de medidas de austeridade.

Essas eleições municipais coincidem com um novo exame do plano de rigor de Portugal pela troïka, em um momento em que se multiplicam os apelos a favor de uma diminuição da austeridade.

As medidas de rigor impostas pela troïka, que mergulharam o país na recessão, em um contexto de desemprego recorde, provocaram uma onda de descontentamento popular.

Mas segundo analistas, os resultados dessas eleições não devem perturbar a política de austeridade aplicada há dois anos pela coalizão de centro-direita no poder.

"Os resultados das eleições municipais não terão nenhuma consequência sobre a política nacional", afirmou várias vezes o primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, que também é o presidente do PSD (Partido Social Democrata, de centro).

Oposição

Já a oposição socialista espera obter uma vantagem eleitoral graças à exasperação dos portugueses. O líder do PS (Partido Socialista), Antonio José Seguro, pediu que os eleitores "façam a escolha certa" no domingo, a fim de bloquear as políticas do governo.

Nenhuma pesquisa de intenção de voto em nível nacional foi divulgada, mas as sondagens locais não apontam mudanças nas principais cidades do país, mesmo se os numerosos candidatos independentes podem trazer surpresas.

Em Lisboa, o prefeito socialista Antonio Costa deve ser reeleito sem dificuldades para um terceiro mandato. No Porto, uma pesquisa publicada nesta sexta-feira indica que o candidato independente Rui Moreira está à frente de Luis Filipe Menezes, do partido governista PSD, que controla a capital do norte do país desde 1980.

Rui Moreira faz parte dos 80 candidatos independentes que disputam este ano as eleições municipais. Na última votação, em 2009, eles eram 54.

Ele beneficia do apoio do partido populista CDS, que faz parte da coalizão de centro-direita no poder. Uma eventual vitória do candidato independente seria portanto menos grave para o atual governo.

O fim da campanha oficial foi marcado pela decisão da Corte Constitucional nesta quinta-feira de rejeitar várias medidas visando simplificar os procedimentos de demissão.

A Corte Constitucional já censurou várias medidas de austeridade e outras também podem ser rejeitadas, o que corre o risco de frear a aplicação do programa internacional de ajuda a Portugal.

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