Acidente em mina espanhola provoca greve no setor

Depois da morte de seis mineiros por asfixia na Espanha, as minas de todo o país enfrentam uma greve de 48 horas em sinal de luto pelo acidente e para protestar contra as condições no setor.

Familiares choram a morte de seis mineiros na Espanha nesta quarta-feira. REUTERS/Eloy Alonso

Luisa Belchior, correspondente da Rádio França Internacional em Madri

A Espanha vive o luto pela morte de seis mineiros em um vilarejo próximo à cidade de Leon, no centro norte do país. Foi o mais grave acidente em minas nos últimos 18 anos. A tragédia levou os trabalhadores do setor a voltarem a protestar. Nas duas últimas décadas, a exploração de minério vem sendo alvo de cortes e diminuição gradativa de ajudas do governo.

A redução das atividades nas minas de carvão espanholas foi uma exigência da União Europeia para a entrada do país no bloco. Na época, o setor tinha cerca de 26 mil funcionários. Atualmente, esse número não chega a 8 mil, e segundo um acordo do governo com sindicatos, cairá para 4 mil até 2018.

No ano passado, mineiros e seus familiares fizeram protestos violentos em Astúrias, no norte da Espanha, contra o corte das ajudas do governo.

Em protesto e luto pelo acidente em Leon, as minas de todo o país estão em greve e só voltam a funcionar nesta quinta-feira. Já a mina onde ocorreu o acidente permanecerá fechada até o fim das investigações sobre o caso, para averiguar a suspeita de falha da empresa responsável pelo local. Segundo a versão oficial, os seis mineiros morreram asfixiados com o vazamento de um gás tóxico, quando trabalhavam no interior da mina na segunda-feira.