Apesar de proibição, separatistas bascos prometem manter protesto
O sábado promete ser de tensão em Bilbao, na Espanha. Apesar de a justiça ter proibido uma manifestação dos separatistas bascos, em apoio a prisioneiros do movimento ETA, os participantes da mobilização prometem manter o protesto. O governo permanece inflexível na decisão de recusar qualquer concessão ao grupo armado.
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O juiz do Tribunal da Audiência Nacional de Madri, Eloy Velasco, proibiu a manifestação por avaliar que, entre o grupo de apoio aos prisioneiros do grupo Herrira, se encontram membros da própria organização, desmantelada em setembro e proibida de exercer qualquer atividade por dois anos. Mesmo assim, os organizadores prometem realizar o ato neste sábado.
Na opinião do governo regional do País Basco, dominado por nacionalistas conservadores favoráveis à mobilização, a decisão de proibir o protesto “é incompreensível para a sociedade basca”. “É muito grave na medida em que, ano após ano, nós vimos que manifestações idênticas aconteceram sem nenhum obstáculo, inclusive na época em que o ETA era ativo”, afirmou Josu Erkoreka, porta-voz do governo regional.
De acordo com documentos recolhidos pela polícia, “Herrira conspirou ou foi o autor de uma dinâmica chamada Tantaz Tanta (“gota à gota”), cujo objetivo é juntar o maior número de militantes possível em manifestações de apoio aos detentos do ETA”, conforme o juiz. Velasco também proibiu “atividades de apoio, exaltação e financiamento em favor dos prisioneiros”.
O “Tantaz Tanta” se apresenta como uma organização da sociedade civil e pede uma “mobilização sem precedentes na história do País Basco”, para pedir a “repatriação dos prisioneiros e prisioneiras bascas”. Eles querem “o fim da dispersão” de centenas de militantes do ETA, detidos em dezenas de prisões espanholas e francesas, uma política adotada há 25 anos por Madri.
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