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Ucrânia/Secessão

G7 pede à Rússia para cessar ações de anexação da Crimeia

Os dirigentes do G7 pediram hoje que a Rússia interrompa todas as ações visando anexar a região ucraniana da Crimeia, anunciou o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. Os europeus ameaçam Moscou com novas sanções, se o país não recuar e diminuir a pressão sobre a península. As sanções poderão ser votadas na próxima segunda-feira, acredita o chanceler francês, Laurent Fabius. Apesar da ofensiva diplomática, o presidente russo, Vladimir Putin, continua inflexível.

Sergui Axionov (à esquerda), primeiro-ministro da Crimeia, se autoproclamou chefe das Forças Armadas da península a milicianos pró-russos.
Sergui Axionov (à esquerda), primeiro-ministro da Crimeia, se autoproclamou chefe das Forças Armadas da península a milicianos pró-russos. REUTERS/Vasily Fedosenko
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Os países do G7 - Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália e Japão - convidaram a Rússia para aderir ao grupo e formar o G8 em 1998, reconhecendo, na época, o novo status conquistado pela Rússia no cenário mundial. No entanto, desde o envio de tropas russas à Crimeia, no início de março, o G7 suspendeu os preparativos da próxima reunião de cúpula do grupo marcada para o mês de junho, em Sochi, na Rússia, e declarou "clara violação da soberania da Ucrânia" por parte de Moscou.

A movimentação diplomática dos europeus para frear as ambições de Putin continuam intensas. A Polônia, vizinha da Ucrânia, comemora hoje os 15 anos da adesão do país à OTAN. A líder alemã, Angela Merkel, que critica essa anexação de fato da Crimeia pela Rússia, participa das celebraçoes e irá discutir com o chefe do governo polonês, Donald Tusk, a crise ucraniana.

Artistas russos apoiam anexação da Crimeia

Putin busca diminuir a gravidade da disputa territorial enfatizando a pertinência cultural da anexação da Crimeia. O ministério da Cultura russo publicou hoje em seu site um abaixo-assinado de cem artistas russos que defendem a posição do chefe do Kremlin na queda-de-braço travada com as diplomacias ocidentais. Entre os artistas que assinam o documento estão os diretores do Teatro Marinski de São Petersburgo, Valeri Guergiev, do Bolshoi de Moscou, Vladimir Urin, e Elena Gagarina, do Museu do Kremlin, filha do primeiro astronauta soviético Yuri Gagarin.

O parlamento regional da Crimeia adotou ontem uma "declaração de independência", o que vai permitir às autoridades locais pedir a Moscou para anexar o território logo após o resultado da votação. As tropas russas reforçam o controle de pontos estratégicos da península, e os 2 milhões de moradores, a maioria russófonos, já viram os canais de televisão da Ucrânia sendo substituídos por tevês russas.

Obama recebe premiê ucraniano

A quatro dias do referendo sobre a anexação da Crimeia à Russia, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebe hoje, em Washington, o primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk. Eles vão discutir uma solução diplomática para a intervenção militar russa na Crimeia, mas que garanta a soberania e a integridade territorial da Ucrânia.

O governo americano considera a intervenção russa na península uma violação do direito internacional e quer demonstrar apoio às autoridades de Kiev. Depois de Washington, Yatseniuk irá à Nova York, onde a ONU discute a situação da Ucrânia. Uma decisão do Conselho de Segurança está descartada porque a Rússia tem direito a veto.

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