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Ucrânia/Referendo

Kiev anuncia trégua com a Rússia na Crimeia

Os ministérios da Defesa da Ucrânia e da Rússia fecharam um acordo de trégua na Crimeia até o dia 21 de março, informou neste domingo (16) o ministro em exercício da Defesa da Ucrânia, Ihor Tenyukh, falando a jornalistas no intervalo de uma reunião de gabinete.

Tropas ucranianas cercam militantes pró-russos que organizaram protesto em frente a um edifício da administração pública de Kharkiv, no leste da Ucrânia, para reivindicar referendo separatista como o da Crimeia.
Tropas ucranianas cercam militantes pró-russos que organizaram protesto em frente a um edifício da administração pública de Kharkiv, no leste da Ucrânia, para reivindicar referendo separatista como o da Crimeia. REUTERS/Stringer
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"Nenhuma medida será tomada contra nossas instalações militares na Crimeia até o dia 21 de março. Nossas bases militares, portanto, estão prosseguindo com uma recomposição de reservas", disse Tenyukh.

As novas autoridades ucranianas lançaram um apelo para a formação de uma guarda nacional de 20 mil homens, no momento em que a Rússia é acusada de promover um clima de instabilidade separatista no leste e no sul da Ucrânia. A metade dos novos efetivos será constituída nos próximos 15 dias.

Tenyukh disse que a Rússia continua aumentando o número de soldados na república autônoma da Crimeia, violando acordos bilaterais. O contingente russo chegou a 22 mil homens, segundo o ministro ucraniano.

As seções eleitorais na Crimeia foram abertas às 8h da manhã deste domingo, pelo horário local, no controvertido referendo que deve definir se a Crimeia será anexada à Rússia ou continuará no território ucraniano. Os pró-ucranianos e a minoria dos Tártaros da Crimeia, que representam entre 12% e 15% da população, boicotam as urnas. Os pró-russos votam em ambiente calmo, com a certeza da vitória. A votação termina às 20h. Os primeiros resultados parciais deverão ser anunciados ainda hoje.

Separatistas serão levados à Justiça

Até estourar a crise na Crimeia, a Rússia tinha assumido o compromisso com Kiev de limitar a 12.500 homens o contingente de militares russos instalados na região que abriga a frota russa no Mar Negro há mais de 200 anos. A Crimeia foi parte da Rússia até 1954, quando o então dirigente soviético Nikita Kruschev passou seu controle à Ucrânia.

O movimento separatista ganhou força na Crimeia e no leste da Ucrânia, de maioria étnica e língua russas, desde a destituição do presidente Viktor Yanucovitch, em fevereiro. A Rússia não reconheceu o impeachment do líder ucraniano e desde então afirma que houve um golpe de Estado na Ucrânia. O presidente Vladimir Putin diz que enviou tropas adicionais à Crimeia para "proteger" a maioria pró-russa.

De retorno de uma viagem a Washington, onde foi recebido pelo presidente Barack Obama, o primeiro-ministro ucraniano, Arseny Yatseniuk, prometeu neste domingo identificar e levar à Justiça todos os que promoverem separatismo na região da Crimeia "sob a proteção de militares russos". Em Washington, Yatseniuk obteve apoio moral dos Estados Unidos, mas não obteve acordo para fornecimento de armas.

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