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Crimeia/Referendo

Opositores pedem boicote a referendo na Crimeia

A minoria pró-ucraniana apela ao boicote do referendo que se realiza neste domingo (16) na Crimeia. Cerca de 1,5 milhão de eleitores devem decidir se votam a favor de uma anexação da península à Rússia ou se optam por uma autonomia ainda mais ampla da região dentro da Ucrânia. A União Europeia prepara sanções contra o governo da Rússia.

Mulher prepara urna de votação para referendo na Crimeia.
Mulher prepara urna de votação para referendo na Crimeia. REUTERS/ Baz Ratner
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Os dirigentes da comunidade dos Tártaros da Crimeia, que representam entre 12% e 15% da população, apelaram ao boicote, enquanto os defensores da manutenção do território na Ucrânia optaram pela discrição após sofrerem intimidações. Estima-se que a Rússia tenha enviado 30 mil homens à Crimeia desde meados de fevereiro.

O referendo parece um jogo de cartas marcadas. As autoridades separatistas já decidiram que o voto será considerado válido, independentemente do nível de participação. Com 60% da população de origem russa, o resultado deve ser favorável à secessão.

Em votação no Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, a Rússia vetou neste sábado uma resolução que considerava o referendo sem valor, ignorando as advertências lançadas pelos ocidentais de violação do direito internacional.

As respostas às duas questões colocadas aos eleitores da Crimeia poderão definir por muito tempo as relações entre a Rússia e o ocidente, que conhecem a sua pior fase desde o final da Guerra Fria.

Europeus não vão reconhecer resultado

O presidente francês, François Hollande, descreveu hoje a votação como "uma pseudo consulta" sem " nenhum valor legal " e disse que tudo deve ser feito para encontrar a voz da negociação no que diz respeito à integridade territorial da Ucrânia.

"Há uma pseudo consulta pública na Crimeia, porque não é de acordo com a lei, o direito interno ucraniano e o direito internacional. Não pode haver uma consulta sobre uma parte do território sem que o governo do país tenha estado envolvido na organização das eleições. No entanto, esse é exatamente o caso. É por isso que a França e a União Europeia não reconhecerão a validade desta pseudo consulta", declarou Hollande.

Corrida aos bancos

Enquanto vários incidentes foram registrados na véspera da votação em localidades do leste da Ucrânia, os habitantes da Crimeia correram aos bancos para retirar o máximo de dinheiro que conseguiram, antes de uma troca da moeda ucraniana e uma passagem ao rublo russo.

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