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Rússia/Ucrânia

Acordo de Genebra: separatistas rejeitam proposta e Obama se diz cético

Os rebeldes separatistas do leste da Ucrânia rejeitaram nesta sexta-feira (18) o acordo fechado ontem em Genebra que prevê o seu desarmamento e a desocupação dos prédios públicos invadidos. Eles exigem a queda do governo pró-europeu de Kiev.

Separatista vigia a prefeitura de Donetsk, no leste da Ucrânia.
Separatista vigia a prefeitura de Donetsk, no leste da Ucrânia. Reuters
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Autoridades ucranianas, russas, norte-americanas e europeias surpreenderam o mundo ontem ao terminar um dia inteiro de negociações com uma resolução pela desescalada de violência. Os rebeldes das regiões de maioria russa da Ucrânia, também parecem estar surpreendidos pela posição do Kremlin, que nas últimas semanas dava sinais de estar incentivando outras regiões da Ucrânia a repetir o processo que levou à anexação da Crimeia .

“O presidente interino Olexandre Tourtchinov e o primeiro-ministro Arseni Iatseniouk devem primeiro deixar os prédios que eles ocuparam ilegalmente após o Golpe de Estado”, declarou Denis Pouchiline, um dos “ministros” do governo da auto-proclamada “República de Donetsk”. Os rebeldes chamam de Golpe de Estado a revolta popular que derrubou, no fim de fevereiro, um governo pró-russo e o substituiu por um mais alinhado com a União Europeia.

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A aplicação do acordo só poderia ser efetiva “após uma reforma constitucional”, completou Pouchiline. Os separatistas insistem na “federalização” da constituição ucraniana, o que o governo recusa, por considerar que isso deixaria uma porta aberta para um desmembramento do país. No lugar, Kiev propõe o que chama de “descentralização”.

Os separatistas de Donetsk, que pretendiam fazer um referendo sobre a autonomia regional no dia 12 de maio, dizem não se sentir comprometidos com o acordo porque o ministro das Relações Exteriores russo Sergueï Lavrov “não assinou em nosso nome, mas em nome da Rússia”.

Obama reticente sobre acordo

O acordo de Genebra também decepcionou alguns defensores da unidade ucraniana. “Estes acordos não mencionam a unidade territorial da Ucrânia, nem exigem da Rússia que acabe com a ocupação da Crimeia, nem mencionam os sabotadores russos em Donbass. Os europeus não se dão conta que Putin é uma ameaça para a Europa e para o mundo?”, escreveu em seu blog Anatoli Gritsenko, ex-ministro da Defesa e candidato a eleição presidencial de 25 de maio.

Ainda na quinta-feira (17), até mesmo o presidente Barack Obama declarou não estar certo de que o acordo vá permitir uma desescalada de violência na região. Ele avisou que mais sanções americanas e europeias serão impostas a Moscou em caso de impasse.

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