EUA e União Europeia denunciam violação do território ucraniano pela Rússia
Os prometidos 300 caminhões supostamente trazendo ajuda humanitária da Rússia para as populações de Lougansk atravessaram a fronteira ucraniana e chegaram a seu destino. Lideranças do Ocidente se manifestaram com indignação, e o governo de Kiev classificou o deslocamento de “invasão”. O Conselho de Segurança da ONU se reúne nesta sexta-feira (22) para debater a crise.
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A consulta de urgência do Conselho ocorre depois de um pedido da Lituânia. O embaixador do país na Ucrânia disse que a entrada dos caminhões russos sem o consentimento de Kiev representa uma “violação da soberania da Ucrânia”. A Lituânia também tem outro motivo: um cônsul do país foi sequestrado e morto hoje na região em conflito.
A União Europeia denunciou uma “clara violação” da fronteira entre os dois países. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon disse estar gravemente preocupado e pediu moderação. Apesar disso, a maior parte dos países ocidentais duvida que o comboio transporte material para ajudar os rebeldes pró-Rússia.
A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, Caitlin Hayden, disse que o envio dos caminhões “constitui uma violação da soberania da Ucrânia pela Rússia”.
O embaxador adjunto da Ucrânia na ONU, Oleksandr Pavlichenko, diz que seu país continua sem saber qual é o conteúdo das cargas transportadas pelos russos.
"Comida para bebê"
O embaixador russo, Vitaly Churkin, providenciou uma lista de itens da carga: seriam geradores elétricos, açúcar, chá e comida para bebês, e fez piada com a hipótese de que fossem armas. Quando perguntado se trazia armamentos, respondeu: “junto com a comida de bebê?”.
“Os Estados Unidos não possuem o monopólio do humanismo”, disse o russo. O diplomata disse que espera que a Cruz Vermelha, que se recusou a acompanhar o comboio por razões de segurança, possa ajudar na distribuição de ajuda aos habitantes, que estão sem água nem eletricidade há semanas.
Os Estados Unidos e os países europeus haviam pedido, antes do envio, que Moscou trabalhasse em conjunto com Kiev e a Cruz Vermelha para que o processo fosse controlado, mas os dirigentes ucranianos foram impedidos de inspecionar os caminhões.
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