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Vaticano/pedofilia

Vaticano abre primeiro processo penal contra religioso acusado de pedofilia

O Vaticano irá julgar pela primeira vez em uma instância penal um religioso envolvido com escândalos de abuso sexual contra menores. A decisão, inédita, marca a determinação do papa Francisco em lutar contra a prática de pedofilia dentro da Igreja Católica. Se condenado, o ex-arcebispo Josef Wesolowski poderá pegar até 12 anos de prisão, segundo o novo código penal da Santa Sé. 

O Vaticano anunciou a abertura de um processo penal por pedofilia contra o  polaco Josef Wesolowski.
O Vaticano anunciou a abertura de um processo penal por pedofilia contra o polaco Josef Wesolowski. REUTERS/Luis Gomez/Diario Libre/Files
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Condenado em junho por um tribunal eclesiástico, Josef Wesolowski foi convocado na terça-feira para uma audiência preliminar visando formalizar o procedimento penal. Ele ficará preso em regime domiciliar dentro do Vaticano durante todo o período de julgamento. "Muito provavelmente haverá um processo", confirmou nesta quarta-feira (24) à agência AFP o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

Wesolowski, de 66 anos, foi ordenado padre em 1972 pelo então arcebispo de Cracóvia, o cardinal Karol Wojtyla, futuro papa João Paulo Segundo. Em 2000, ele foi ordenado bispo. Nomeado núncio apostólico na Bolívia e depois em diferentes países da Ásia, o polonês chegou em 2008 à República Dominicana.

Em 2013, a imprensa local denunciou que o principal representante da Igreja Católica no país pagava para manter relações sexuais com menores. A justiça dominicana afirmou ter identificado quatro vítimas de Wesolowski, com idades entre 12 e 17 anos.

Em agosto de 2013, o alto representante da Igreja Católica foi chamado às pressas ao Vaticano que se recusou a extraditá-lo para a Polônia.

Crimes punidos com até 12 anos de prisão

A decisão provocou muita polêmica, até dentro da Santa Sé, devido a pressão para que ele fosse julgado e condenado pelos crimes sexuais. Diversas vezes a Onu mencionou o caso Wesolowski como exemplo da pouca clareza de algumas práticas internas do Vaticano.

Primeiramente, o religioso foi levado a um tribunal eclesiástico, cujo procedimento não é tornado público. Ele foi condenado e destituído do cargo, mas pretende recorrer da sentença.

O procedimento penal foi determinado pelo próprio papa Francisco para que "um caso tão grave e delicado seja tratado sem demora, com o rigor justo e necessário", de acordo com o porta-voz da Santa Sé.

O novo código penal do Vaticano, promulgado em julho de 2013, prevê que abusos sexuais contra menores sejam punidos com até 12 anos de prisão e uma multa de 15 mil euros (R$ 45 mil). A pena pode aumentar se a vítima tiver menos de 14 anos.

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