Palestinos devem pedir fim da ocupação israelense na ONU nesta quarta-feira
Os representantes palestinos prometeram submeter nesta quarta-feira (17) ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução pedindo o fim da ocupação israelense. O objetivo é acelerar o processo de criação de um estado independente. Os Estados Unidos já avisaram que irão utilizar seu poder de veto para barrar o texto.
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Nesta terça-feira, o secretário de estado americano John Kerry disse aos representantes palestinos, durante um encontro em Londres, que os Estados Unidos se oporiam à iniciativa. O país defende que as decisões sobre o conflito sejam tomadas em discussões bilaterais.
Kerry julga necessário "diminuir a temperatura" entre israelenses e palestinos. Ele esperava convencer o negociador palestino, Saëb Erakat, de que, apesar "da frustração", é preciso ter "discussões construtivas".
Os argumentos de Kerry não convenceram os palestinos. O conselheiro do presidente Mahmoud Abbas, Nimr Hammad, afirmou que o projeto será levado para avaliação do Conselho de Segurança da ONU nesta quarta-feira.
A decisão palestina foi confirmada por vários responsáveis depois da reunião entre Kerry e o negociador Saeb Erakat. A conversa foi considerada "longa e difícil" mas os palestinos avisaram o secretário de Estado americano que não renunciariam ao projeto.
Caso os Estados Unidos, principal aliado de Israel, utilizem de fato seu poder de veto, os palestinos pedirão a adesão a uma série de organizações e convenções internacionais, entre elas o Tribunal Penal Internacional. Neste caso, Israel poderia ser julgado por crimes de guerra.
Deputados europeus votam moção de compromisso
Paralelamente, os deputados europeus devem votar nesta quarta-feira (17) em Estrasburgo uma moção de compromisso pedindo a retomada das negociações de paz entre Israel e a Palestina baseada na solução dos dois Estados.
Inicialmente, os representantes do bloco social-democrata, do Partido Verde e da ala de esquerda esperavam obter o voto simbólico de reconhecimento do estado da Palestina no Parlamento, a exemplo da Grã-Bretanha, da França, da Irlanda e da Espanha.
Mas o Partido Popular Europeu, de centro-direita, o grupo mais importante do Parlamento, e a Aliança dos Democratas e dos Liberais para a Europa, defendem que o reconhecimento depende de um acordo negociado com Israel.
O voto será organizado na tarde desta quarta-feira, em Estrasburgo.
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