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Itália/Imigração

Saldo de 800 mortos confirma pior tragédia com imigrantes no Mediterrâneo

O balanço de vítimas do naufrágio de um barco no último domingo (19) foi feito pelo Alto Comissariado da ONU para os refugiados e a Organização Internacional para as Migrações (OIM) que se basearam no testemunho dos 28 sobreviventes do drama. De acordo com os relatos, 800 pessoas morreram. O dado confirma que esta é a pior tragédia com imigrantes já registrada no Mar Mediterrâneo.

Os sobreviventes do naufrágio do dia 19 de abril chegaram na noite de ontem a Catânia.
Os sobreviventes do naufrágio do dia 19 de abril chegaram na noite de ontem a Catânia. AFP PHOTO / ALBERTO PIZZOLI
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Gina Marques, correspondente da RFI em Roma

Os sobreviventes do naufrágio de domingo, entre eles crianças de 10 anos, chegaram na noite de segunda-feira (20) a Catânia na ilha da Sicília em um navio da guarda costeira italiana. Entre os 27 homens estavam dois supostos traficantes de seres humanos, o comandante tunisiano e um sírio membro da tripulação, que foram detidos pela polícia.

O 28° e último sobrevivente do drama teve que ser resgatado de helicóptero e encaminhado ao hospital de Catânia, devido ao seu estado de saúde. Segundo os relatos, havia no barco imigrantes da Eritréia, Somália, Síria, entre outras nacionalidades. O barco partiu do litoral da Líbia e naufragou depois de um movimento de pânico dos passageiros, ao avistarem um cargueiro português chamado para salvá-los.

Novos naufrágios

O primeiro ministro-italiano Matteo Renzi anunciou linha dura para combater os atravessadores que, segundo ele, são responsáveis pelas milhares de vítimas no mar Mediterrâneo. Na segunda-feira (20) houve mais uma tragédia: um barco com cerca de 200 imigrantes naufragou na costa da ilha de Rodes, na Grécia. Três pessoas morreram e cerca de 80 sobreviventes foram resgatados.

Na semana passada, 450 imigrantes já haviam morrido em acidentes e ontem duas embarcações com cerca de 400 pessoas pediram socorro após terem saído do litoral líbio.

Cúpula extraordinária UE

Na próxima quinta-feira (23), o Conselho Europeu extraordinário vai discutir mais uma vez o problema da imigração ilegal. Neste encontro os líderes europeus deverão avaliar o pacote de dez medidas proposto ontem em Luxemburgo na reunião dos ministros das Relações Exteriores e do Interior da União Europeia.

As medidas incluem um aumento dos recursos financeiros do Frontex, a agência de segurança das fronteiras da Europa, que coordena a operação Triton responsável pela patrulha no Mar Mediterrâneo. A União Europeia tem sido criticada pelo procedimento da Triton, que substituiu uma operação mais ampla realizada pela Itália, a Mare Nostrum, em novembro do ano passado.

O pacote prevê a destruição dos barcos de traficantes de pessoas, mas exclui intervenção militar na Líbia, país em guerra civil de onde partem 91 % dos imigrantes. Segundo estimativas, o tráfico de seres humanos rendeu ilegalmente no ano passado cerca de € 7 bilhões, aproximadamente R$ 25 bilhões.

Serão discutidas também as atuais regras sobre os pedidos de asilo que atualmente devem ser feitos no país de ingresso, como estabelece o tratado de Dublin. Entre outras medidas está o cadastramento de todos os imigrantes, um programa voluntário de transferência de imigrantes a vários países europeus; oferta de ajuda para retorno aos países de origem além da presença de oficiais de imigração em países-chave para recolher informações secretas e investigar os fluxos imigratórios.

Confira o número de mortos e os locais dos últimos naufrágios no Mar Mediterrâneo:

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