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UE/Imigração

França ameaça suspender tratado de livre circulação na Europa

Diante ao aumento do número de imigrantes ilegais vindos da Líbia e da Tunísia, o governo francês ameaçou suspender provisoriamente os acordos de Schengen, que autorizam a livre circulação na maioria dos países do bloco europeu. A intenção foi anunciada após a chegada no território francês de clandestinos líbios e tunisianos que entraram na Europa pela Itália. O assunto deve ser discutido durante uma reunião de cúpula franco-italiana que acontece em Roma na próxima terça-feira.

Imigrante tunisiano mostra visto provisório concedido pelas autoridades italianas.
Imigrante tunisiano mostra visto provisório concedido pelas autoridades italianas. Reuters
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A intenção de suspender provisoriamente o tratado de livre circulação na Europa foi anunciada na noite de sexta-feira pelo Palácio do Eliseu, sede do governo francês. A medida é apresentada como uma tentativa de conter o fluxo de imigrantes ilegais vindos da Líbia e da Tunísia. Nas últimas semanas, mais de 20 mil clandestinos originários dos dois países árabes entraram ilegalmente no território europeu. A maioria dessas pessoas chegou à Europa pela Itália, mais muitos deles afirmam que o destino final da viagem seria a vizinha França, onde teriam parentes.

Temendo os custos ligados à onda de imigração, Roma decidiu conceder um visto de seis meses aos líbios e tunisianos que desembarcaram em solo italiano. A decisão foi criticada por Paris, pois esse visto de permanência abre as portas do resto do continente aos imigrantes, que passam a ser protegidos pelos acordos de Schengen que autorizam, desde 1995, a livre circulação de indivíduos na região. O chamado espaço Schengen é um bloco que reúne 22 dos 27 países membros da União Europeia.

Desde então, as relações entre a França e a Itália estão estremecidas. Na semana passada o ministro francês do Interior, Claude Guéant, chegou a bloquear a circulação de trens vindos da Itália, que transportavam imigrantes dos dois países árabes.

A declaração sobre a possível suspensão provisória do acordo de Schengen foi feita quarto dias antes de uma reunião de cúpula franco-italiana, que acontece na próxima terça-feira em Roma. O assunto deve ser um dos pontos discutidos durante o encontro de Nicolas Sarkozy e Silvio Berlusconi. O tema também deve entrar na pauta da reunião extraordinária dos ministros do Interior, que acontece em Bruxelas no dia 4 de maio.

Segundo fontes europeias, a crise entre a França e a Itália apenas acelera uma reforma do espaço Schengen, que já vinha sendo estudada desde a entrada da Bulgária e da Romênia na União Europeia, em 2007. Na época, os dois países integraram a EU, mas Paris e Berlin bloquearam sua entrada no espaço Schengen.

A posição do Palácio do Eliseu confirma a postura do presidente francês sobre a imigração ilegal. Durante um recente pronunciamento na televisão, Nicolas Sarkozy chamou alertou para os riscos ligados à imigração vinda da Tunísia e da Líbia.
 

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