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França/Social

Governo quer limitar ajudas sociais e obrigar beneficiário a fazer serviços comunitários

O ministro francês dos Assuntos Europeus, Laurent Wauquiez, anunciou as três principais mudanças que o governo pretende implantar no pacote de ajudas sociais aos franceses e estrangeiros. O objetivo seria, segundo ele, corrigir uma injustiça: reduzir a pequena diferença entre quem trabalha e ganha o salário mínimo dos que só recebem os benefícios, sem trabalhar ou oferecer contrapartida.

Laurent Wauquiez, nos estudios da RFI, fevereiro de 2011.
Laurent Wauquiez, nos estudios da RFI, fevereiro de 2011. Anthony Favalli
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“Qual é, para mim, a maior injustiça no nosso país? É que aquele que trabalha não tem uma grande diferença (na remuneração) em comparação com aquele que recebe benefícios sociais”, disse o ministro em entrevista à rede de TV BFM e à rádio RMC. “Essa situação, para mim, é o câncer da sociedade francesa”, acrescentou.
O ministro adiantou as três medidas que poderiam reverter a situação.

A principal proposta é limitar o conjunto de benefícios, que inclui auxílio moradia e desemprego, em até 75% do valor do salário mínimo que na França é de 1073 euros, o equivalente a 2.500 reais.

Outra proposta é obrigar uma pessoa que recebe benefícios do governo a trabalhar pelo menos 5 horas em serviços voluntários como vigiar as saídas das crianças das escolas, serviços de limpeza ou na recepção de órgãos públicos.

Para os estrangeiros, o governo vai exigir um tempo mínimo de serviço na França, que pode ser de até 5 anos, para ter acesso ao sistema de proteção social do país. Dentro de 10 dias, o projeto de lei com as mudanças vai ser encaminhado ao parlamento.

O ministro Laurent Wauquiez, do partido governista UMP, é um dos fundadores da “direita social”, um grupo de reflexão que reúne cerca de 50 parlamentares que querem colocar “a classe média no centro de todas as políticas públicas”.

Sarkozy

A Federação Nacional das associações de acolhida e reinserção social disse que o projeto do governo é demagógico e o maior problema do país é a falta de emprego.

Em entrevista à rádio France-Info, Maestracci, presidente da Federação, afirmou que a proposa do ministro Wauquiez representa um “grande desconhecimento da realidade”.

Segundo ela o salário mínimo de reinserção social, (RSA, na sigla em francês), no centro da reforma proposta pelo governo, é um recurso que permite tirar muitas pessoas da pobreza e são as famílias monoparentais com filhos menores de idade as que mais são beneficiadas. 

A reforma do sistema de benefícios sociais foi um dos poucos pontos positivos citados em uma pesquisa recente de avaliação sobre o presidente Nicolas Sarkozy. O balanço de seu governo é ruim para 73% dos franceses, segundo a sondagem publicada na quinta-feira pela empresa BVA,  o que coloca em dúvida a capacidade do chefe de estado francês ser reeleito nas eleições presidenciais do ano que vem.
 

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