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AF447/acidente

Sindicato de Pilotos da Air France volta a criticar investigação do voo AF447

O  SNPL, sindicato majoritário de pilotos da Air France, voltou a criticar a BEA, a agência civil francesa que investiga as causas do acidente com o voo AF447 Rio-Paris, que caiu em 31 de maio de 2009. O Sindicato solicitou uma audiência com o ministro dos Transportes Thierry Mariani, alegando que a agência sofre a influência de empresas envolvidas na tragédia, no caso, a Airbus. A Assembleia Nacional analisa uma proposta de lei sobre segurança aérea nesta quinta-feira.

Jornalistas observam destroços do voo 447 em Recife.
Jornalistas observam destroços do voo 447 em Recife. (Foto: Reuters)
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Em um comunicado divulgado à imprensa nesta terça-feira, o Sindicato lembra que certos trechos que deveriam constar no relatório de etapa sobre o acidente, divulgado no dia 29 de julho, foram omitidos. Uma recomendação enviada à Airbus sobre o funcionamento dos alarmes de perda de sustentação foi retirada de última hora. No texto, o BEA pede que a "Agência Europeia de Segurança Aérea se assegure que o funcionamento dos alarmes não seja afetado por indicações de velocidade incoerentes", em alusão aos defeitos apresentados pelos sensores Pitot, que medem a velocidade do avião, e desencaderam a série de incidentes que culminaram na catástrofe.

A informação foi divulgada pelo jornal francês Les Echos, poucos dias antes da publicação do documento. Em uma nota divulgada em agosto, o BEA se defende, dizendo que a recomendação sobre os alarmes ainda precisa ser verificada antes de uma publicação definitiva. A agência ainda lembra que o alarme tocou durante 54 segundos seguidos sem uma reação adequada dos pilotos. De acordo com o comunicado do Sindicato, que se retirou da investigação, é preciso mais transparência, já que o "único objetivo é melhorar a segurança do transporte aéreo." Durante a apresentação do relatório, o próprio diretor do BEA, Jean Paul Troadec, reconheceu que o alarme, que parou de tocar em alguns momentos, pode ter confudido os pilotos.

No dia 17 de novembro, a Assembleia Nacional francesa deverá analisar uma proposta de lei que propõe "melhorias na transparência da informação em matéria de transporte aéreo civil." O Sindicato, que considera que a lei é um avanço, lembra que o governo se mostrou contra a proposição. No comunicado, o SNPL também ressalta que o Sindiacto solicitou uma audiência com o ministro dos Transportes francês, Thierry Mariani, mas ainda não obteve resposta.

Nos dois relatórios divulgados pelo BEA depois da descoberta das caixas-pretas do avião, em abril deste ano, os investigadores concluem que o acidente teria sido provocado por uma série de fatores, desencadeados inicialmente por falhas nas sondas Pitot. Os sensores que congelaram,e passaram a fornecer dados incoerentes para os pilotos. Segundo o documento, a tripulação também não efetuou as manobras corretas para estabilizar a aeronave e recuperar o aparelho. Em vez de picar (empurrar o nariz para baixo), o piloto cabrou (embicou o avião), ganhando altitude e desrespeitando os parâmetros físicos que possibilitam o voo. O Sindicato alega que os pilotos foram vítimas das indicações errôneas do alarme. O relatório final deve ser divulgado no primeiro semestre de 2012.

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