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Impostos/ Justiça

Receita cobra 78 milhões de dona da L'Oréal

A Receita francesa está cobrando quase 78 milhões de euros de impostos não pagos pela bilionária Liliane Bettencourt, dona da L’Oréal, depois de ser descoberta a existência de contas ocultas dela no exterior e da compra clandestina, por ela, de uma das ilhas Seychelles. A informação foi revelada pelo site de notícias Médiapart.

Liliane Bettencourt, em foto de janeiro deste ano.
Liliane Bettencourt, em foto de janeiro deste ano. REUTERS /Charles Platiau
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O Ministério do Orçamento não comentou as notícias. O processo fiscal faz parte de um inquérito penal em curso desde que conversas grampeadas entre Bettencourt e o gestor da sua fortuna foram entregues à Justiça, em 2010.

O valor do ressarcimento de Imposto Sobre Fortuna não pago é relativo ao período de 2004 a 2010, além de mais uma fatia correspondente a Imposto de Renda de 2006 a 2009, que ainda está em negociações. A transação é levada pelos advogados da filha da bilionária, Françoise Meyers, que obteve, em outubro, a autorização judicial de tutela da fortuna da mãe, após um longo processo em que mãe e filha se opuseram nos tribunais.

Liliane Bettancourt, 89 anos, é dona da terceira maior fortuna da França e é a mulher mais rica do país, com 17 bilhões de euros. Entretanto, a sua saúde está debilitada e análises feitas por especialistas determinaram que ela apresenta sinais de transtornos mentais.

O inquérito da Receita é levado em paralelo ao da Justiça penal e já descobriu a existência de 12 contas bancárias secretas na Suíça e em Cingapura, que continham cerca de 100 milhões de euros no final de 2010. Já a ilha de Arros, nas Seychelles – onde a bilionária passa seguidamente férias - foi comprada em 1997 via Lienchtenstein e jamais havia sido declarada ao fisco. Após a divulgação do escândalo, Bettancourt anunciou que repatriaria à França esta parte de sua fortuna.

O inquérito penal visa também a descobrir se houve financiamento político ilegal da empresária ao partido do presidente Nicolas Sarkozy, UMP, e da campanha do próprio Sarkozy, em 2007. A oposição suspeita que houve favoritismo fiscal em benefício da bilionária.

Hoje, o Partido Socialista comemorou a decisão de a Receita exigir o reembolso das somas. “Foram necessários meses de revelações jornalísticas e cobranças repetidas da oposição até que a lei fosse respeitada”, declarou o partido, em comunicado.
 

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