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Caso Strauss-Kahn

Investigação realimenta tese de complô político contra DSK

Um dos advogados de do ex-diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, disse ontem que não descarta que seu cliente tenha sido vítima de um "complô para destruí-lo politicamente" quando foi detido por suposta tentativa de estupro de uma camareira de hotel em Nova York. O advogado americano William Taylor cita uma investigação jornalística publicada pela revista New York Review of Books e que revela "sérios questionamentos" sobre o comportamento dos responsáveis do hotel Sofitel de Manhattan, onde ocorreu o incidente com Strauss-Kahn.

Ex-diretor-gerente do FMI foi preso em Nova York, em 14 de maio.
Ex-diretor-gerente do FMI foi preso em Nova York, em 14 de maio. REUTERS/Richard Drew/Pool
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"A partir de agora já não podemos excluir que Dominique Strauss-Kahn tenha sido alvo de um complô para destruí-lo politicamente", afirmou Taylor. A investigação, do jornalista Edward Jay Epstein, revela que o telefone BlackBerry de Dominique Strauss-Kahn foi grampeado e que "várias fontes ligadas" ao então presidente do Fundo Monetário Internacional avisaram-lhe que suas mensagens para a esposa, Anne Sinclair, estavam sendo monitorados pelo partido do presidente francês, Nicolas Sarkozy.

O jornalista destaca que o telefone em questão, que desapareceu no Sofitel de Manhattan, jamais foi encontrado "pela polícia ou por detetives particulares" contratados pela defesa de Strauss-Kahn. A investigação também cita uma estranha comemoração de Brian Yearwood, chefe dos serviços técnicos da Sofitel, gravada por uma câmera de vigilância após o testemunho da camareira contra Strauss-Kahn.

O jornalista destaca ainda o testemunho da camareira, Naffissatou Dialo, de 32 anos, sobre o fato de que seu cartão eletrônico foi utilizado várias vezes, antes e depois do suposto estupro, para entrar no quarto 2820, no mesmo andar da suíte de Strauss-Kahn no Sofitel. Em seu primeiro depoimento, Dialo omitiu à polícia sua presença no quarto 2820.

Até o dia 14 de maio passado, Strauss-Kahn era o grande favorito à indicação socialista para enfrentar o presidente conservador, Nicolas Sarkozy, nas eleições de 2012. Após quatro meses de liberdade condicional, Strauss-Kahn teve o caso encerrado e pôde voltar à França, mas sua carreira política está profundamente manchada pelo escândalo sexual.

Neste sábado, Jean-François Copé, secretário-geral do UMP, o partido de Sarkozy, qualificou as acusações de complô de “fantasiosas”.
 

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