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França/Imigração

Governo e oposição se confrontam sobre direito de voto dos estrangeiros

Uma declaração do ministro do Interior francês, Claude Guéant, reacendeu a nova polêmica sobre a imigração no país, que deverá ser um dos temas centrais da campanha presidencial do próximo ano. O governo e a oposição se confrontam sobre o direito de voto dos residentes estrangeiros nas eleições locais na França. 

O ministro do Interior francês, Claude Guéant, se declarou contrário ao voto dos estrangeiros nas eleições locais francesas e quer diminuir o número de imigrantes legais no país.
O ministro do Interior francês, Claude Guéant, se declarou contrário ao voto dos estrangeiros nas eleições locais francesas e quer diminuir o número de imigrantes legais no país. © Reuters/Philippe Wojazer
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O ministro Claude Guéant, braço direito do presidente Nicolas Sarkozy, disse ontem que a França tem acolhido um número excessivo de imigrantes em situação legal. Segundo dados oficiais, a França recebe anualmente cerca de 200 mil imigrantes regulares, mas o governo Sarkozy quer reduzir essa massa em 10%, o que equivaleria a recusar vistos para 20 mil estrangeiros.

Claude Guéant negou que a França seja um país xenófobo ou fechado. Mas as propostas do partido governista UMP para os estrangeiros são cada vez mais duras. Na semana passada, Sarkozy se posicionou contra o direito de voto dos imigrantes nas eleições municipais. Atualmente, somente os imigrantes originários da União Europeia podem votar nas eleições locais na França. No entanto, eles não têm o direito de eleger o presidente ou votar nas eleições legislativas. 

Diante de uma proposta do Partido Socialista e do Partido Verde de mudar a legislação para permitir que todos os residentes estrangeiros votem nas eleições locais, o ministro do Interior foi claro. Ele disse que não queria ver prefeitos estrangeiros na região parisiense, principalmente ao norte de Paris, uma região de forte imigração árabe e africana.

Nesta segunda-feira o candidato do Partido Socialista à presidência da França, François Hollande, afirmou que também é contrário à eleição de estrangeiros para o cargo de prefeito. Segundo Hollande, seu partido defende que todos os residentes estrangeiros possam beneficiar das mesmas regras que atualmente são válidas para os europeus: direito de voto nas eleições locais e possibilidade de se candidatar ao cargo de conselheiro municipal. 

Uma pesquisa publicada hoje pelo jornal Aujourd'hui en France revela que 61% dos franceses são favoráveis ao voto dos estrangeiros. Com esse discurso, o partido do presidente Sarkozy visa atrair os eleitores de extrema-direita e esvaziar o partido xenófobo Frente Nacional, que passou para o segundo turno nas presidenciais de 2002.

O Senado francês, que é controlado pela esquerda, deve examinar no dia 8 de dezembro um projeto de lei que visa estender o direito de voto nas eleições locais a todos os residentes estrangeiros. 

 

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