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França/Eleições

Sarkozy ameaça rever Acordo de Schengen para controlar imigração

“Ajudem-me, nós temos dois meses”, apelou o presidente francês Nicolas Sarkozy aos seus eleitores durante um discurso neste domingo em Villepinte, nos arredores de Paris, diante de uma platéia de 70 mil pessoas, segundo seu partido o UMP. No evento promovido para dar um novo fôlego ao presidente-candidato, Sarkozy atacou a esquerda socialista por ter abandonado as periferias francesas e defendeu reformas na Europa, como o tratado de Schengen.

Nicolas Sarkozy durante seu discurtso de campanha em Villepinte, nos arredores de Paris, neste domingo, 11 de março.
Nicolas Sarkozy durante seu discurtso de campanha em Villepinte, nos arredores de Paris, neste domingo, 11 de março. REUTERS/Charles Platiau
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Pelo menos 10 pontos atrás de seu adversário socialista François Hollande em todas as sondagens de intenção de voto, Nicolas Sarkozy lançou um desafio para seus partidários a exatamente 42 dias do primeiro turno das eleições presidenciais: “ajudem-me, nós temos dois meses... dois meses para mudar as certezas, dois meses para reverter tudo”, insistiu Sarkozy na tentativa de mobilizar seus partidários para conseguir se reeleger para um segundo mandato.

Durante seu discurso, ele se apresentou novamente como o candidato capaz de melhor proteger a França e a Europa dos fluxos migratórios e da concorrência desleal que ameaça a economia do país e do continente. Para isso, ele surpreendeu seus eleitores ao lançar um ultimato a seus parceiros europeus para promover reformas. A primeira exigência será uma revisão, nos próximos doze meses, do Tratado de Schengen que garante a livre circulação de pessoas na Europa sem controles de fronteiras, mas que segundo Sarkozy, “não permite mais responder à gravidade da situação em uma situação de crise”.

Ele propõe um governo político do espaço Schengen e a possiblidade de sancionar, suspender e excluir países que não cumprirem as novas regras. O presidente ameaça suspender a França do Tratado até que as negociações sejam concluídas. Sarkozy, opositor da entrada da Romênia e da Bulgária no espaço Schengen, estima que há falhas no controle do fluxo de imigrantes clandestinos.

Economia

Para tornar a Europa mais competitiva, Sarkozy também propõe a adoção de uma versão europeia do “Buy American Act”, que impõe ao governo americano a utilização de apenas produtos fabricados nos Estados Unidos em licitações públicas. A França deverá aplicar unilateralmente este mecanismo caso a União Europeia não adotar o princípio dentro do prazo de um ano. A medida seria aplicada também para as pequenas e médias empresas europeias.

Consciente de que sua proposta será muito criticada, Sarkozy disse não se importar de dizer a verdade e defender o “despertar do ideal europeu”. Ele aproveitou para criticar a iniciativa do seu rival socialista de querer renegociar o tratado europeu de disciplina orçamentária, aprovado recentemente.

Esquerda

Durante seu discurso que durou mais de uma hora, e diversas vezes interrompido por aplausos de seus partidários, o presidente francês atacou o candidato François Hollande e a esquerda socialista que, segundo ele, abandonou e empobreceu as periferias das grandes cidades francesas. "não tenho nenhuma lição a tirar da esquerda que deixou as periferias em um estado lamentável nos final dos anos 80”, afirmou.

O presidente-candidato afirmou que as dificuldades que enfrentou de seu governo vieram de “alguns sindicatos e organizações” e voltou a defender a realização de referendos para os franceses se expressarem  “toda vez que alguém quiser falar no nome deles a serviço de interesses que não sejam da nação”.

Diante de uma platéia que contou com personalidades populares como sua mulher Carla Bruni-Sarkozy e o ator Gérard Depardieu ,além de todos os principais membros de seu governo, o presidente Sarkozy prometeu defender o modelo social francês. “Nosso modelo faz parte da nossa identidade, ele nos protege porque ele nos une; enfraquecê-lo será enfraquecer a França “, afirmou o presidente defendendo as reformas feita por seu governo que,  segundo ele, permitiram evitar a falência do sistema social do país.

 

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