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França/ história

Ex-presidente François Mitterrand pediu eutanásia, diz livro

O ex-presidente socialista francês François Mitterrand, que sofreu durante 14 anos de câncer de próstata, teve “o calvário abreviado” em 8 de janeiro de 2006 através de uma “injeção por via intravenosa”, de acordo com dois jornalistas que publicaram hoje um livro sobre o assunto. Mitterrand governou a França de maio de 1981 a maio de 1995, a maior parte do tempo sem revelar a existência da doença.

Danielle e François Mitterrand em Belle-Ile-en-Mer, em foto do dia 10 de outubro de 1994, em uma de suas últimas aparições públicas.
Danielle e François Mitterrand em Belle-Ile-en-Mer, em foto do dia 10 de outubro de 1994, em uma de suas últimas aparições públicas. REUTERS/Eric Gaillard
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No livro “Le dernier tabou. Révélations sur la santé des présidents" (“O último tabu. Relevações sobre a saúde dos presidentes”, em tradução livre), os jornalistas Denis Demonpion e Laurent Léger afirmam que o ex-presidente, cansado do longo tratamento contra a doença e internado havia meses no final da vida, “viu em uma segunda-feira, ao seu expresso pedido, o seu calvário abreviado”.

Um dos filhos do ex-governante, Gilbert Mitterrand, relatou aos autores que “há apenas uma pessoa que sabe o que aconteceu, mas ela não dirá nada”. “Ela apenas nos contou que tudo aconteceu em paz”, disse o herdeiro. Conforme o livro, essa pessoa ligou imediatamente para o médico pessoal do presidente, que foi o único socialista a assumir o poder na V República francesa.

Logo após a morte de Mitterrand, seu médico revelou que a doença havia sido diagnosticada em novembro de 1981, apenas seis meses após a sua eleição, e por isso o líder o obrigou a falsificar os boletins médicos do presidente ao longo do mandato.

A obra também revela detalhes sobre o atual presidente, Nicolas Sarkozy. De acordo com os autores, o governante “toma comprimidos sem autorização de comercialização”, destinados a “dar energia”.

Já sobre o ex-presidente Jacques Chirac, que comandou a França de 1995 a 2007, o livro afirma que a mulher dele, Bernardette, tentou abafar a ocorrência de um acidente vascular cerebral em Chirac, em 2005.
 

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