Ex-ministro francês teria tentado depositar 15 milhões de euros na Suíça
O escândalo político em que o presidente francês, François Hollande, se viu envolvido desde que o seu ex-ministro francês do Orçamento Jérôme Cahuzac admitiu ter uma conta bancária não-declarada na Suíça ganhou um novo capítulo neste domingo, 7 de abril. De acordo com a televisão pública suíça RTS, Cahuzac tentou depositar 15 milhões de euros na Suíça em 2009.
Publicado a: Modificado a:
A corretora de gestão financeira procurada pelo ex-ministro teria se recusado a receber o dinheiro por temer complicações futuras, já que Cahuzac é um político conhecido na França. A emissora teve acesso a informações bancárias sigilosas na elaboração da reportagem.
A partir de janeiro de 2010, quando a Suíça aceitou se conformar a exigências da OCDE sobre paraísos fiscais, o ex-chefe socialista da pasta do Orçamento tentou retirar os seus bens do país e conseguiu fechar uma conta no banco UBS, com a ajuda da corretora Reyl & Cia. O estabelecimento colocou o seu dinheiro – num total de 600 mil euros, conforme o próprio Cahuzac reconheceu, na semana passada - na sucursal de Cingapura do banco suíço Julius Baer.
De acordo com a emissora suíça, “montantes maiores foram depositados ou transferidos para Genebra nos anos anteriores”. O valor de 15 milhões de euros havia sido levantado pelo site francês de notícias Médiapart, que revelou o caso.
O Ministério Público de Genebra, que recolheu os documentos bancários referentes às contas no UBS e no Reyl, afirmou ter não ter investigado as movimentações financeiras, função que caberá à França, que fez um pedido formal de ajuda judiciária na apuração deste caso. Genebra concordou em colaborar.
No sábado, o jornal de Zurique Tages Anzeiger publicou que o ex-ministro francês havia “mentido” para o banco Julius Baer ao fornecer um “certificado fiscal falso” para conseguir a transferência de seus fundos para Cingapura. Ao perceber que Cahuzac era um homem público no país vizinho, o banco pediu um certificado de que o dinheiro tinha sido declarado à receita francesa. Ele teria apresentado um comprovante falso e dito que o dinheiro era proveniente de suas atividades como cirurgião plástico – e por isso o Julius Baer aceitou, na época, realizar a transação.
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro