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França/ política

Ex-ministro francês teria tentado depositar 15 milhões de euros na Suíça

O escândalo político em que o presidente francês, François Hollande, se viu envolvido desde que o seu ex-ministro francês do Orçamento Jérôme Cahuzac admitiu ter uma conta bancária não-declarada na Suíça ganhou um novo capítulo neste domingo, 7 de abril. De acordo com a televisão pública suíça RTS, Cahuzac tentou depositar 15 milhões de euros na Suíça em 2009.

Em foto de 20 de novembro do ano passado, Jérome Cahuzac aparece falando contra fraudes fiscais.
Em foto de 20 de novembro do ano passado, Jérome Cahuzac aparece falando contra fraudes fiscais. AFP/François GUILLOT
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A corretora de gestão financeira procurada pelo ex-ministro teria se recusado a receber o dinheiro por temer complicações futuras, já que Cahuzac é um político conhecido na França. A emissora teve acesso a informações bancárias sigilosas na elaboração da reportagem.

A partir de janeiro de 2010, quando a Suíça aceitou se conformar a exigências da OCDE sobre paraísos fiscais, o ex-chefe socialista da pasta do Orçamento tentou retirar os seus bens do país e conseguiu fechar uma conta no banco UBS, com a ajuda da corretora Reyl & Cia. O estabelecimento colocou o seu dinheiro – num total de 600 mil euros, conforme o próprio Cahuzac reconheceu, na semana passada - na sucursal de Cingapura do banco suíço Julius Baer.

De acordo com a emissora suíça, “montantes maiores foram depositados ou transferidos para Genebra nos anos anteriores”. O valor de 15 milhões de euros havia sido levantado pelo site francês de notícias Médiapart, que revelou o caso.

O Ministério Público de Genebra, que recolheu os documentos bancários referentes às contas no UBS e no Reyl, afirmou ter não ter investigado as movimentações financeiras, função que caberá à França, que fez um pedido formal de ajuda judiciária na apuração deste caso. Genebra concordou em colaborar.

No sábado, o jornal de Zurique Tages Anzeiger publicou que o ex-ministro francês havia “mentido” para o banco Julius Baer ao fornecer um “certificado fiscal falso” para conseguir a transferência de seus fundos para Cingapura. Ao perceber que Cahuzac era um homem público no país vizinho, o banco pediu um certificado de que o dinheiro tinha sido declarado à receita francesa. Ele teria apresentado um comprovante falso e dito que o dinheiro era proveniente de suas atividades como cirurgião plástico – e por isso o Julius Baer aceitou, na época, realizar a transação.
 

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