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França/Reforma

Franceses fazem greve contra reforma que retarda aposentadoria

A França enfrenta nesta terça-feira um dia de greve geral contra uma nova reforma nas aposentadorias, a primeira do governo socialista de François Hollande. A maioria dos franceses apoia a mobilização convocada por quatro centrais sindicais e associações de aposentados. Até o final da manhã, os trens e o sistema de transporte público na região parisiense funcionavam normalmente. Estão previstos atrasos nos aeroportos.

Quatro sindicatos e diversas associações organizaram manifestações em todo o país para protestar contra o projeto de reforma das aposentadorias apresentado pelo governo, considerado injusto.
Quatro sindicatos e diversas associações organizaram manifestações em todo o país para protestar contra o projeto de reforma das aposentadorias apresentado pelo governo, considerado injusto. REUTERS/Christian Hartmann
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O projeto de reforma socialista aumenta o tempo de contribuição para obtenção do benefício e também os descontos na folha de pagamento para patrões e empregados. Pelos cálculos do governo, o rombo no caixa da Previdência em 2020 vai atingir 20 bilhões de euros. A França enfrenta uma situação econômica difícil, com 10,4% da população ativa desempregada, o que agrava ainda mais esse déficit. 

De 61% a 63% dos franceses consideram a greve desta quarta-feira justa, um índice que varia conforme a pesquisa. O principal ponto de insatisfação com a reforma é o aumento gradual do tempo de contribuição dos atuais 41 anos e meio para 43 anos, em 2035, se o trabalhador quiser receber a pensão completa.

A medida é criticada principalmente pelos franceses que têm hoje de 18 a 34 anos. Eles alegam que a entrada no mercado de trabalho é cada vez mais difícil e tardia, seja pelos longos estudos para quem visa um bom emprego, quanto pelos estágios irregulares e mal-pagos no início da carreira. Com essa reforma, um universitário que ingressar na vida profissional com 24 anos precisará trabalhar até 67 anos para receber a pensão completa.

Os socialistas não mexeram na idade mínima legal da aposentadoria, que continua sendo de 62 anos, de acordo com uma outra reforma aprovada no governo Sarkozy. Mas na prática, aumentando o número de trimestres de contribuição, automaticamente os franceses terão de trabalhar até mais tarde.

Nesse ponto, há um problema grave: na Europa, a França é um dos países campeões de desempregados com mais de 50 anos. As empresas forçam a saída dos sêniores, seja porque eles atingiram um salário elevado, ou porque eles se desatualizaram por falta de investimento em requalificação.

Outra crítica ao projeto é que o governo manteve os privilégios de certas categorias: ferroviários, eletricitários e motoristas de ônibus, por exemplo, continuam tendo o direito de se aposentar com 55 anos. Militares e policiais se aposentam em média com 45,7 anos.

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