Gardasil, vacina contra câncer do útero, é alvo de processo na França
O medicamento Gardasil, usado na prevenção do câncer do útero, é alvo de um processo na França. Uma jovem acusa a vacina de ter provocado efeitos colaterais em seu sistema nervoso. A vítima teve parte de seu corpo paralisado e sofreu perda temporária da visão. Outras três pacientes ameaçam dar queixa contra o laboratório Sanofi Pasteur.
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O medicamento é usado por adolescentes, sob prescrição médica, como vacina de prevenção contra o papilomavírus humano, o HPV, grupo de vírus frequentemente associado ao aparecimento de tumores malignos, principalmente no colo uterino. Assim como 2,3 milhões de jovens francesas, Marie-Océane Bourguignon foi vacinada com Gardasil aos 15 anos de idade, em 2010. Seis meses depois ela foi hospitalizada com vários sintomas, como a perda temporária da visão, dificuldades para andar e paralisia facial.
Segundo Jean-Christophe Coubris, advogado da vítima, relatórios médicos apontaram a relação entre o Gardasil e as patologias desenvolvidas por sua cliente. O advogado é o mesmo que defende as vítimas do medicamento para o diabetes Mediator em um processo contra o laboratório farmacêutico Jacques Servier.
A queixa foi apresentada na sexta-feira passada em Bobigny, na periferia de Paris. A vítima acusa o laboratório Sanofi Pasteur de “atentado involuntário à integridade”. A Agência nacional francesa de medicamentos (ANSM) também é visada pelo processo.
Outras vítimas
Outras três mulheres também afirmam terem sido vítimas dos efeitos colaterais do Gardasil. As jovens, com idades entre 20 e 25 anos, foram vacinadas entre 2008 e 2010. Duas delas desenvolveram dermatose crônica (doença Verneuil) e a terceira foi diagnosticada com inflamação da musculatura (polimiosite). Elas pretendem apresentar queixa nos próximos dias. Para a advogada Camille Kouchner, que acompanha as três, “os casos de vítimas do Gardasil estão se multiplicando e isso pode se tornar um novo escândalo sanitário”.
Sanofi Pasteur contesta as acusações. O diretor-adjunto do laboratório André Dahlab afirma tratar-se de uma coincidência e que nenhum estudo estabeleceu até agora uma “incidência superior” das doenças desenvolvidas entre as usuárias do Gardasil.
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