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França/Itália

Premiê francês diz que extrema-direita está "nas portas do poder"

A extrema-direita está "nas portas do poder" na França e sua vitória representaria "um golpe terrível, senão fatal, para a Europa", advertiu neste domingo (7) o primeiro-ministro francês, Manuel Valls. Falando no Festival da Unidade do Partido Democrático da Itália, em Bolonha, o líder socialista salientou que a esquerda europeia tem de "se comprometer ainda mais com a criação de empregos".

O premiê francês, Manuel Valls.
O premiê francês, Manuel Valls. AFP PHOTO / XAVIER LEOTY
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Uma pesquisa do instituto Ifop, divulgada na sexta-feira, mostrou que Marine Le Pen, líder do partido de extrema-direita francês Frente Nacional (FN), lidera as pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial de 2017. Ela aparece em primeiro lugar no primeiro turno, à frente de todas as outras forças políticas, e venceria o presidente François Hollande por 54% dos votos, se ele fosse o adversário no segundo turno.

"Devemos agir de forma diferente e falar de outra forma para sermos escutados e compreendidos. Nós sabemos qual seria o preço do nosso fracasso", disse o primeiro-ministro. "Como homem de esquerda, eu nunca vou me resignar diante disso", continuou. "Os mais fracos seriam os primeiros a sofrer [com uma vitória da extrema-direita]", acrescentou Manuel Valls.

Jovens lideranças de centro-esquerda

O encontro na Itália reuniu jovens lideranças de centro-esquerda da Europa. Estavam presentes Valls, o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, e Pedro Sánchez, recém-eleito na direção do PSOE, o partido socialista espanhol.

Sanchez propôs a Renzi uma agenda de dez propostas para mudar o curso da economia europeia. Entre os destaques, o líder socialista listou a mobilização de recursos em planos específicos para os países com taxa de desemprego acima de 15% e a reindustrialização da Europa.

No caso da Espanha, Sanchez ressaltou que é preciso lidar com "dois riscos". A "geração perdida", de jovens qualificados que deixaram o país, e a "geração esquecida", composta pelos espanhóis de mais de 45 anos, que "foram afetados pela falência do modelo econômico".

"É preciso restabelecer planos de benefícios fiscais para atrair os jovens de volta e promover as empresas que contratam esses jovens", disse Sanchez, no primeiro caso. No caso da "geração perdida", o líder do PSOE se comprometeu a reindustrializar o país, única forma de combater o desemprego de massa.

Marine Le Pen

Paralelamente, Marine Le Pen participou neste domingo de um encontro de seu partido, no sul da França. Ela disse estar pronta para governar e apresentou-se como uma alternativa para remediar "a situação catastrófica" que o país atravessa, em sua opinião. Marine previu o fracasso do novo governo Valls, que passará por um voto de confiança do parlamento no dia 16 de setembro. Também incitou o presidente François Hollande a dissolver a Assembleia Nacional.

Esta semana pesquisa revelou que Hollande tem a confiança de apenas 13% dos franceses, o índice mais baixo da história. O presidente socilaista recebe ataques de todos os lados. O ex-primeiro-ministro François Fillon, do governo Sarkozy, disse hoje que Hollande "não pode mais deixar o país caminhar para o caos". Fillon cobrou uma mudança de política ou a dissolução do parlamento.

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