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França

Pesquisa diz que franceses gostam mais dos patrões do que dos sindicatos

Os dirigentes de empresas são mais populares entre os trabalhadores franceses do que os sindicatos. É o que apontou uma pesquisa divulgada neste sábado (2), dia seguinte ao Dia do Trabalho, e encomendada pelo canal de televisão iTélé e pelo jornal Le Parisien. Enquanto 54% dos franceses dizem ter “uma boa opinião” sobre os patrões, apenas 33% dizem o mesmo sobre os sindicatos que os representam.

Manifestação da central sindical CGT, em Paris, neste 1º de maio.
Manifestação da central sindical CGT, em Paris, neste 1º de maio. AFP PHOTO / JEFF PACHOUD
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Como consolo para os sindicatos, a classe política está ainda menos cotada: apenas 11% dizem ter uma boa opinião sobre seus representantes. Ainda sobre sindicatos, 74% dos franceses acreditam que eles não conseguiram se adaptar aos atuais problemas econômicos do país.

“Mesmo entre o grupo que constitui o coração dos sindicatos, que são os assalariados, 60% os reprovam”, afirma Céline Bracq, diretora do instituto Odoxa, que realizou a pesquisa, em entrevista ao Le Parisien.

O mau desempenho dos sindicatos entre a opinião pública francesa é menor entre os trabalhadores que se dizem de esquerda, mas mesmo assim é grande. Apenas 49% dos simpatizantes do Partido Socialista dizem ter uma boa opinião sobre as entidades, e 48% entre os ecologistas. “O único grupo a realmente apoiar os sindicatos é a extrema-esquerda”, afirma Bracq.

Franceses mais liberais

A baixa participação dos trabalhadores nos eventos do dia 1º de Maio – apenas 12 mil foram às ruas de Paris para a marcha convocada pelas centrais, contra 65 mil no ano passado – é apontada por muitos como um símbolo deste mau momento por que passam os sindicatos franceses. “A opinião dos franceses sobre os sindicatos piorou rapidamente depois da crise de 2008”, avalia a especialista. “Os franceses estão se tornando cada vez mais liberais. A ideologia dominante não é mais a dos sindicatos”, completa ela.

Para completar, escândalos envolvendo líderes acabaram piorando a imagem dos sindicatos. Em janeiro, Thierry Lepaon, dirigente da CGT, uma das maiores centrais sindicais da França, se demitiu depois de três meses de crise envolvendo os altos custos das reformas em seu escritório e em seu apartamento.

 

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