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França

Oposição chama encontro de Hollande com Fidel Castro de "patético"

À exceção do representante de extrema esquerda Jean-Luc Mélenchon e do Partido Socialista, a classe política francesa condenou o encontro de François Hollande com o ex-ditador cubano Fidel Castro, que governou o país por 49 anos. “É um momento patético”, definiu o deputado Bruno Le Maire, do UMP. Para outro parlamentar, Sébastien Huyghe, “um encontro com um homem que oprimiu seu povo por tantas décadas foi um erro”.

Hollande encontrou Fidel em Havana na noite de segunda-feira (11).
Hollande encontrou Fidel em Havana na noite de segunda-feira (11). Divulgação
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Líder da extrema-esquerda, Jean-Luc Mélenchon foi voz isolada nesta terça-feira (12) na mídia francesa ao defender a visita diplomática. “Apenas lamento que ele tenha esperado a permissão de Obama para isso”, disse Mélanchon ao Canal France 2.

Hervé Morin, do partido centrista UDI, se uniu à direita ao criticar a postura do chefe de Estado. “Hollande se orgulha como uma criança ao fazer uma foto com Castro, que causou a morte de milhares de pessoas nas ruas e nas prisões.”

No principal partido da oposição a Hollande, o UMP de Nicolas Sarkozy, a voz mais dura foi a de Bruno Le Maire ao microfone da BFM TV: “Não consigo entender que honra pode existir em encontrar Fidel Castro. É um momento patético, e não histórico, o encontro entre o presidente da República e o que resta de um ditador da pior espécie”.

Já a deputada Valérie Pécresse disse que a França deve acompanhar este momento de retomada das relações de Cuba com os Estados Unidos, mas fez ressalvas. “A França deve participar da reabertura de Cuba, mas não em detrimento dos direitos humanos. O presidente foi tímido sobre este assunto", disse Pécresse ao canal iTélé.

No Twitter, o deputado da UMP Guillaume Larrivé preferiu ironizar o episódio: “Depois de Fidel Castro, Hollande planeja levar flores ao mausoléu de Lênin ou tomar um chá com Kim Jong-Um?”, Guillaume Larrivé.

Entidades também criticam

A Anistia Internacional, entidade que havia pedido a François Hollande que não deixasse de mencionar a questão dos direitos humanos em sua visita à ilha, também se disse decepcionada.

O especialista em América Central da Anistia, Robin Guittard, rebateu a declaração do Palácio do Eliseu, de que o presidente Hollande não havia sido alertado sobre nenhum caso de prisioneiro político em Cuba. “Nós havíamos avisado a presidência sobre o caso de Ciro Alexi, que está preso por crime de opinião. A memória falhou?”, ironizou Guittard.

Nas redes sociais, militantes do Partido Socialista espalharam fotos dos encontros do ex-presidente Nicolas Sarkozy com os ditadores Muamar Kadafi e Bachar el-Assad.
 

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